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Henrique Mendes, gerente de sustentabilidade da Abinee e coordenador de logística reversa de eletroeletrônicos da Green Eletron – entidade sem fins lucrativos especializada no assunto –, acompanhou de perto, na cidade de Yokohama, região metropolitana de Tóquio, a expertise dos japoneses ao participar da primeira turma do curso Designing of E-Waste Management Systems (Desenvolvimento de Sistemas de Gerenciamento de Lixo Eletrônico, em português), promovido pela JICA, Agência de Cooperação Internacional do Japão, em abril.
O Brasil produz, em média 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano, que poderia voltar para a cadeia produtiva e gerar novos produtos. Quando levamos em consideração o volume mundial, chegamos a 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico anuais – material avaliado em US$ 60 bilhões.
Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência integrante das Nações Unidas, dão conta de que apenas 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado em todo o mundo. “A reciclagem no Brasil tem potencial para criar uma nova indústria e impactar positivamente nossa economia. Temos diversas atividades e empregos que podem ser gerados em função desta cadeia que está se desenvolvendo, muito em função dos sistemas de logística reversa que estão sendo criados. Estamos ainda estruturando a infraestrutura para coleta e reciclagem de produtos como eletrônicos, pilhas e embalagens, mas, sem dúvida, esta é uma ótima oportunidade para incorporar os conceitos da economia circular neste modelo e aproveitar o potencial que temos para transformar o Brasil em uma referência no assunto”, diz Mendes.
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Controle dos dados
O primeiro passo para a gestão dos resíduos eletroeletrônicos é ter uma estimativa do total gerado no país. O Japão elencou quatro itens prioritários para realizar a coleta e a reciclagem. Destes itens, eles sabem exatamente a quantidade despejada no mercado e atualizam sempre a estimativa de resíduos. A partir daí saem as metas de coleta.
Cultura de economia circular
Legislação
As leis são revisadas em ciclos de cinco anos, para prever os aprendizados, ajustes e atualizações necessárias. As leis de resíduos são criadas pensando sempre em como recuperar os recursos e não apenas em como fazer a gestão tradicional de resíduos. Os japoneses buscam simplificar a operação (e licenças) para empresas que se cadastram em sistemas oficiais de coleta, promovendo a formalização dos atores da logística reversa.
Isonomia
Respeito e conscientização
Os sensos de respeito e de organização dos japoneses realmente impressiona e são valores indispensáveis. O conceito de sociedade deles é tão forte que dispensa a necessidade de se criar uma série de leis. Eles mudam seus hábitos e agem de modo correto e honesto porque já compreenderam que é o melhor para a sociedade. Todos saem ganhando.