Em 2018, fui passar uma semana em Londres, na casa dos amigos Mariano de Beer e sua esposa, Sarah. Mariano foi presidente da Microsoft Brasil, época em que viramos amigos. Hoje, lidera a área comercial e digital da Telefônica no mundo. Nesta visita, aprendi muito sobre cultura e tecnologia com este casal globalizado, de origem argentina e persa. Criamos um objetivo em conjunto: realizar um jantar em Londres para apoiar as favelas do Brasil.
Menos muros e mais pontes definem como lideramos na Rede Gerando Falcões. A gente prefere as pontes em vez de muros. Muros dividem. Pontes conectam, inclusive, continentes, sonhos, culturas, conhecimento e atitude, da qual precisamos tanto para arrumar o Brasil.
Uma ponte que tem o poder de trazer para a periferia novos conhecimentos, tecnologias sociais, recurso financeiro e influência para gerar oportunidade para quem nunca havia sido escolhido antes.
O jantar será realizado na casa do amigável casal Heloisa e Amos Genish, fundador da GVT, que também atuou como CEO da Telefonica Vivo no Brasil. Vai acontecer no dia 5 de junho. A sala dos Genish vai virar a sala de casa das 50 mil famílias que serão atendidas neste ano pela Rede Gerando Falcões.
Será a sala de casa das crianças da favela Vergel do Lago, em Maceió, cujas famílias vivem com renda de 100 reais por mês, com 7 pessoas dentro do barraco. Desta vez, no entanto, elas terão suas vozes ouvidas. A renda deste jantar será direcionada para potencializar a ONG Mandaver, que faz parte da Rede Gerando Falcões.
Londres é o primeiro passo de uma bela jornada que temos pela frente, de ganhar novos territórios na Europa e no mundo e, sobretudo, corações. No social, o mais importante é o coração. Ninguém se engaja usando o racional, puramente. Engaja com a alma, vibrando com a chance de criar um futuro melhor e fazer de sua própria vida útil para o mundo.
Porque não é preciso morar no Brasil para ajudar a mudar o Brasil. Geografia conta, mas não define. É possível viver em qualquer parte do mundo e, mesmo assim, estar profundamente conectado com as questões sociais de seu país. Basta fazer parte da construção da ponte. Esta não é a ponte de um líder apenas. É uma ponte de todos nós.
Um dos pontos que fazem a periferia continuar sendo periferia é que ela está isolada dos grandes centros. A distância entre os dois universos é gigantesca e cruel. No entanto, pontes como essa diminuem a distância, aproximam a favela do mundo desenvolvido e constroem uma tecnologia social chamada: #tamojunto.
Em junho, vou para Londres, voando de TAP (apoiadora do jantar) e lendo Winston Churchill, o primeiro-ministro que uniu a Europa para derrubar o ditador Adolf Hitler. Com seu discurso titânico, despertou a coragem dos ingleses para vencer o mal. Em tempos em que tantos sofrem no Brasil, os que podem mais precisam reunir a grandeza de se erguer e lutar. E, desta vez, nós temos uma “sala da favela” em Londres, na terra da realeza, que vai reunir italiano, persa, israelense, argentino e muitos brasileiros para embarcarem na luta certa.
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