Filha de um industrial descendente de libaneses e de uma dona de casa com ascendência portuguesa, a paulistana Ana Paula, aos 17 anos, foi cursar administração de empresas, época em que entrou no banco Bamerindus como secretária. Trabalhou seis meses no cargo, até tornar-se trainee. Queria ser gerente e, para isso, precisava estudar. “Um chefe me falou: ‘Ana, você é mulher, não adianta estudar tanto, porque você não vai crescer’.” Essa não seria a única vez em que a condição feminina surgiria como um empecilho. Com nove anos de banco, ela foi fazer um MBA na Universidade de Pittsburgh (EUA), onde estudou com um executivo da Nestlé. Ao fim do curso, ele a convidou para trabalhar em vendas. Ana aceitou, mas passou por 12 entrevistas para convencer o gerente da área.
A executiva ganhou promoções em cada um dos seis anos em que trabalhou na Nestlé. Foi a primeira gerente de vendas mulher da companhia e, quando estava na área de marketing, em 2008, recebeu um convite para trabalhar na Kimberly-Clark. Quem a convenceu foi João Damato, então presidente da empresa. “’Você tem uma folha em branco para escrever a história com a gente”, ele disse. “Me pareceu um presente dos deuses”, conta.
No vídeo abaixo, Ana Paula Bógus fala sobre o cenário de mulheres CEOs no Brasil:
Siga FORBES Brasil nas redes sociais: