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Representantes da SEC não comentaram o assunto. Siemens, GE e Philips negaram condutas irregulares e afirmaram que não estão cientes sobre qualquer investigação da SEC envolvendo suas operações na China.
O mercado de equipamentos hospitalares da China movimentou US$ 58,6 bilhões em 2017, ante US$ 10,8 bilhões no Brasil, segundo dados mais recentes disponíveis no Departamento de Comércio dos EUA. Em ambos os mercados, as companhias teriam se beneficiado não apenas com a venda de equipamentos, mas também com margens de lucro maiores sobre suporte das máquinas ao longo do ciclo de uso de 10 a 15 anos, bem como na venda de atualizações de software, peças de reposição e materiais usados na operação dos equipamentos, afirmaram as fontes. A Comissão Nacional de Planejamento Familiar e de Saúde da China e a agência de alimentos e medicamentos da China, responsáveis pela regulação do sistema de saúde do país, não comentaram o assunto. Promotores federais no Brasil também não se manifestaram.
PROCESSO DE INVESTIDORES
Alguns detalhes do suposto esquema na China foram incluídos em uma ação de acionistas contra atuais e ex-membros do conselho da GE no tribunal estadual de Nova York, divulgado pela empresa em seu relatório anual de 2018.
O processo inclui traduções de sentenças do tribunal criminal chinês que julgam intermediários que venderam equipamentos da GE como culpados de subornar autoridades do governo chinês e do hospital. Alguns administradores do hospital confessaram em tribunal aberto e receberam sentenças de prisão, de acordo com as decisões citadas no processo. A GE não foi acusada nas decisões judiciais chinesas incluídas como prova.
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A ação acusa a GE de conluio com a Philips, Siemens e a unidade médica da Toshiba Corp – que foi comprada pela Canon em 2016 – para combinar preços e propostas para equipamentos médicos caros, como aparelhos de ressonância magnética e scanners CT, através de intermediários chineses.
A diferença foi então distribuída como suborno às autoridades de saúde, alega a ação, com algum dinheiro sendo embolsado pelos intermediários e retornando às outras empresas, que supostamente ‘cobriram’ para que a licitação pública parecesse competitiva.
Os advogados da GE em fevereiro entraram com uma ação para negar o processo, dizendo que a queixa não ligava alegações de irregularidades na China a nenhum dos réus. O juiz do caso ainda não decidiu sobre o movimento.
Os advogados dos requerentes não responderam a pedidos por comentários enviados por e-mail.
A Philips, sediada em Amsterdã, disse em comunicado por e-mail que está “cumprindo integralmente as leis locais e internacionais contra suborno e anticorrupção”. A Philips disse que “não está envolvida” em nenhuma das transações nos processos criminais na China e que faz grandes esforços para garantir que seus agentes terceirizados ajam legalmente.
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A Siemens informou em comunicado por e-mail que havia acabado de tomar conhecimento do processo em Nova York e que “investigaria qualquer nova alegação de má conduta que envolvesse direta ou indiretamente a Siemens” que possa surgir do litígio. A Siemens, com sede em Munique, disse que sua política é “cooperar com as investigações policiais quando elas ocorrerem”.
A Toshiba disse em comunicado por e-mail que não estava ciente do processo do estado de Nova York. A empresa disse que as políticas da empresa “proíbem pagamentos ilegais ou impróprios contra práticas comerciais lícitas”.
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