Em plena crise fiscal, onde se viu gente dizendo que se tirassem mais um centavo da reforma da Previdência ela seria inútil, R$ 2 bilhões passam assobiando na cara de todo mundo, numa boa. É o assalto sobre o assalto. Depois de arrancar as calças do país regendo um cartel de empreiteiras para ordenhar os cofres públicos, os maestros do petrolão propuseram a proibição da doação eleitoral de empresas – olha como eles são éticos e progressistas (de pança cheia). Vieram com aquele papo choroso de que “o poder econômico corrompe a democracia” etc – como se várias democracias sólidas não permitissem que empresas financiassem partidos.
O problema, naturalmente, não é a empresa – é a corrupção. Quando a vocação é forte, até as almas mais honestas e puras vendem seu corpinho por aí, como ficou demonstrado. E por que o capital não pode, dentro da lei, fazer escolhas políticas? O poder de influência de um artista famoso não é, também, um capital eleitoral decisivo? Alguém pensou em proibir cantor de MPB de usar seu prestígio e popularidade para fermentar candidatos picaretas apanhados pela Lava Jato?
O Rui Barbosa do Centrão já está em todas as manchetes amigas dizendo que o saque bilionário é essencial para a democracia. Vai engolir mais essa, Brasil?
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