A empresa da Globosat busca se posicionar de forma diferente da Netflix e da Amazon, que tem investido pesado no Brasil em serviços que incluem o Prime Vídeo. Segundo Mattiuzzo, a Telecine tem vantagens distintas em relação às Big Techs, que começam pelo conteúdo.
“Todas as outras plataformas focam muito em seriados e competem nessa arena, que tem um apelo muito bacana de recorrência, mas, quando o assunto é cinema, todas ficam em grande desvantagem, pois ninguém tem o que oferecemos”, aponta, em referência ao conteúdo exclusivo da MGM, Universal, Fox e Paramount, além de parcerias com outros estúdios como Sony, Warner e Lionsgate e curadoria com dicas de cinéfilos.
“Temos investido muito em tecnologia, deixando a experiência do usuário cada vez melhor em termos de produto. [O algoritmo de recomendação] foi um golaço e trouxe um diferencial muito grande”, aponta.
Além disso, a Telecine revisou seu modelo de negócio, criando pacotes mais básicos e baratos, com ofertas como compra de ingressos de cinema com desconto, e planeja produtos futuros, como aluguel de filmes.
Segundo Mattiuzzo, o foco da empresa em entregar uma oferta dedicada a cinéfilos traz uma perspectiva diferente em relação à competição entre a brasileira e as grandes plataformas de streaming, que pode ser vista como uma luta entre Davi e Golias.
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Mesmo assim, existem riscos e desafios relacionados à estratégia do Telecine. Uma delas é a competição pela “share of wallet”, ou seja, pelos reais que usuários alocam pra gastar em serviços online. “Sabemos que existe o usuário de TV a cabo, que estava disposto a pagar pelo menos R$ 150 por mês, mas não sabemos quanto vai ser para esse novo usuário [de streaming]. Competimos pelo mesmo dinheiro.”
Também há o problema de uma “competição irracional de preços” entre os players de streaming, diz Mattiuzzo. “Todo mundo quer fazer parte dessa carteira do consumidor, então, isso é uma grande ameaça.”
“Acho difícil grandes estúdios toparem ficar reféns da Amazon e da Netflix. Acabou acontecendo o contrário, estúdios tiraram seu conteúdo desses [serviços de streaming] para lançar suas próprias plataformas”, aponta. “Isso trará uma grande fragmentação e, como o Telecine concentra conteúdo de grandes estúdios, temos uma grande vantagem de mercado.”
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As atuais preocupações da sociedade sobre os riscos que a inteligência artificial (IA) oferece são “paroquiais”, segundo o cofundador do Skype, Jaan Tallinn. Temas como os riscos advindos da integração não-cuidadosa de decisões tomadas por máquinas com processos de governança e uso indevido por humanos de tais processos automatizados, bem como o debate sobre desemprego em massa e vieses em machine learning são relevantes no curto prazo, diz Tallinn, mas são assuntos que só arranham a superfície do debate.
Tallinn aponta que inteligência técnica sobre segurança em IA desenvolvida por Big Techs como Google já estão chegando até as elites mundiais da política e negócios. Considerando tal cenário, o empreendedor argumenta que um debate mais sofisticado sobre o risco da inteligência artificial “pode salvar a humanidade da extinção”.
Depois de ter se tornado um multimilionário, Tallinn dedica sua fortuna a conscientizar a sociedade sobre os perigos da IA. O empreendedor cofundou o Future of Life Institute e o Centro de Estudos de Riscos Existenciais na Universidade de Cambridge para estudar o tema. Além disso, também doou mais de US$ 600.000 para o Machine Intelligence Research Institute, que estuda o tema do alinhamento da IA com os interesses da sociedade, e mais de US$ 300.000 para o Future of Humanity Institute, da Universidade de Oxford.
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A edtech brasileira Quero Educação investiu R$ 20 milhões no buscador Melhor Escola, que conecta escolas da rede privada a alunos. O motor de busca da Melhor Escola, que oferece vagas com descontos em instituições educacionais, será integrado ao marketplace da startup, o Quero Bolsa, que terá um aumento em sua rede de 3 mil escolas e 12 mil cursos de nível infantil, fundamental e médio. Com a aquisição, a Quero espera triplicar o número de instituições parceiras no próximo ano.
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Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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