Dólar engata queda ante real após intervenções de Fed e BC

19 de março de 2020
Ricardo Moraes/Reuters

Na mínima do dia o dólar tocou R$ 5,1307, enquanto no pico da sessão bateu R$ 5,2130, alta de 0,26%

O dólar acelerava a queda contra o real hoje (19) após disparada a novo recorde na sessão anterior, com os investidores reagindo à intervenção do Banco Central nos mercados e ao anúncio de linhas de swap de dólar do Federal Reserve com o Brasil.

O banco central dos Estados Unidos abriu as torneiras para que bancos centrais em 9 países tenham acesso a dólares na expectativa de impedir que a epidemia de coronavírus cause uma crise econômica global.

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O Fed disse que os swaps, em que o banco central norte-americano aceita outras moedas como garantia em troca de dólares, permitirá pelo menos pelos próximos seis meses que os bancos centrais de Austrália, Brasil, Coreia do Sul, México, Singapura, Suécia, Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia acessem um total combinado de até US$ 450 bilhões, dinheiro que vai garantir que o sistema financeiro dependente de dólares continue a funcionar.

Ao mesmo tempo, o BC voltava a intervir no câmbio em tentativa de frear a disparada descontrolada da divisa norte-americana. A autarquia realizou hoje duas ofertas de leilões de linha com compromisso de recompra de até US$ 2 bilhões cada uma, além de venda de até US$ 500 milhões em moeda à vista.

“O BC, com sua política cambial, busca muito mais amortecer (a alta do dólar) do que controlar os mercados”, disse à Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. “A política atual do BC é deixar o câmbio livre. Eles agem para evitar uma exacerbação: dar liquidez na medida do possível.”

Depois dessas medidas, às 10:44, o dólar recuava 1,03%, a R$ 5,1459 na venda.

A sessão era marcada por altas e baixas; na mínima do dia o dólar tocou R$ 5,1307, enquanto no pico da sessão bateu R$ 5,2130, alta de 0,26%.

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Na B3, o dólar futuro não acompanhava o movimento de queda do dólar à vista, e subia 0,75%, a R$ 5,146, possível sinal da permanência da cautela nos mercados.

“A gente tem usado a expressão nos últimos dias de um mercado disfuncional. Não tem como saber ao certo onde o preço dos ativos vai ficar”, disse Alencastro. “Há um sentimento de crise: os parâmetros ficam completamente perdidos porque há uma incerteza muito grande.”

Na véspera, o dólar spot saltou 3,94%, a R$ 5,1993 na venda, nova máxima recorde nominal para um encerramento, e chegou a tocar R$ 5,2510 na máxima do dia em meio ao caos nos mercados internacionais, num momento em que a pandemia de coronavírus interrompe as atividades econômicas por todo o mundo.

No exterior, o dia era de força da moeda norte-americana contra outras moedas fortes. Contra emergentes pares do real o dólar tinha altas acentuadas.

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