Droga japonesa contra a gripe é "eficaz" contra o coronavírus em ensaios clínicos, dizem autoridades chinesas

18 de março de 2020
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O medicamento, o favipiravir, é vendido sob a marca Avigan e foi desenvolvido pela Fujifilm Toyama Chemical em 2014

Um medicamento japonês contra a gripe submetido a testes clínicos na China como possível tratamento para o coronavírus ajudou efetivamente os pacientes a se recuperar, disseram autoridades chinesas a repórteres de acordo com várias notícias. O número de casos globais de coronavírus ultrapassou os 200 mil hoje (18).

O medicamento, o favipiravir, é vendido sob a marca Avigan e foi desenvolvido pela Fujifilm Toyama Chemical em 2014, de acordo com o “Nikkei Asian Review”. Cerca de 200 pacientes nas cidades chinesas de Wuhan e Shenzen receberam a droga como parte do julgamento, informou o “Nikkei”.

Os resultados mostraram que os pacientes testaram negativo para o vírus em média em quatro dias, em vez dos 11 dias no grupo controle, de acordo com o jornal, citando Zhang Xinmin, diretor do Centro Nacional de Desenvolvimento de Biotecnologia do governo chinês.

Zhang disse a repórteres que a droga “é muito segura e claramente eficaz” em uma entrevista coletiva ontem (18) e acrescentou que não houve efeitos colaterais claros.

As ações da Fujifilm subiram mais de 15% na quarta-feira em resposta, informou a Reuters, mas a empresa não espera um impacto nos lucros do medicamento, porque sua licença chinesa para o ingrediente-chave do remédio expirou em 2019.

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Os médicos japoneses também estão testando o favipiravir em ensaios clínicos, mas a droga não foi tão eficaz em pacientes com sintomas mais graves, informou o “Guardian”, citando o ministério da saúde do país.

Um porta-voz da Fujifilm disse ao “Nikkei” que a empresa não está envolvida nos ensaios clínicos chineses e atualmente os está avaliando. Enquanto isso, existem reservas sobre o favipiravir no Japão e na Coreia do Sul, embora a Fujifilm esteja fornecendo ao Japão o medicamento para ensaios clínicos no país, segundo o jornal, com resultados que devem demorar vários meses. O “Nikkei” relatou que estudos mostraram que a droga pode causar deformidades e mortes fetais e pode ser transferida pelo sêmen.

O Ministério da Saúde e Segurança Alimentar da Coreia do Sul decidiu não importar o medicamento depois que especialistas em doenças infecciosas determinaram que não havia evidências clínicas suficientes para provar sua eficácia contra o coronavírus, informou o “Nikkei”, citando a agência de notícias Yonhap do país. Enquanto isso, a farmacêutica chinesa Zhejiang Hisun recebeu o aval do governo para produzir uma versão genérica do favipiravir em fevereiro e disse ao “Nikkei” que pode aumentar sua produção do medicamento.

O governo japonês forneceu favipiravir em 2016 para ajudar a combater o surto de ebola na Guiné, segundo o “Guardian”.

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