Google e Amazon estão involuntariamente financiando sites de notícias falsas com cerca de US$ 25 milhões

8 de julho de 2020
ReproduçãoForbes

o Google canaliza a maior parte dos milhões –cerca de US$ 19,2–, enquanto a Amazon fornece US$ 1,7 milhão em faturamento aos sites

Gigantes da tecnologia, como Google e Amazon, estão direcionando, involuntariamente, cerca de US$ 25 milhões para sites que divulgam informações falsas sobre a Covid-19 por meio de suas plataformas de publicidade digital, afirma um estudo do Global Disinformation Index.

É assim que funciona: o Google canaliza a maior parte dos milhões –cerca de US$ 19,2–, enquanto a Amazon fornece US$ 1,7 milhão em faturamento aos sites, estima o GDI. Ainda segundo os estudos, o Google dá US$ 3 em cada US$ 4 em receita de publicidade obtida por sites de notícias falsas.

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Já a empresa de tecnologia de publicidade Open X responde por US$ 2,6 milhões –10% das receitas de publicidade para esses sites.

A pesquisa mostra anúncios de companhias como Merck, L’Oréal, Canon e British Medical Association, sindicato de médicos do Reino Unido, que apareceram em páginas com conteúdos de teoria da conspiração.

“Com base em nossas descobertas, foram encontrados anúncios de grandes marcas financiando histórias que divulgam curas falsas e perigosas, incitações contra o isolamento social instaurado pelo governo, e teorias da conspiração que ligam o governo chinês e a elite global como responsáveis pela disseminação do vírus”, afirmou o GDI.
Segundo a empresa, os números da pesquisa excluem publicidades falaciosas nas plataformas de mídia social, o que significa que os números reais podem ser muito maiores.

O estudo foi baseado na análise de 480 sites em inglês entre janeiro e junho deste ano, cujo conteúdo foi dominado por informações errôneas sobre o coronavírus. O GDI fez estimativas conservadoras e alertou que seus números provavelmente são apenas “a ponta do iceberg”. Eles também estimam que a receita de anúncios pode ter sido enviesada por um aumento no tráfego geral da web, causado por mais pessoas em casa procurando notícias online, além de um declínio nos gastos com anúncios devido à pandemia.

“Enquanto os anunciantes focam no Facebook e removem seu inventário da plataforma, eles também precisam se atentar aos seus anúncios exibidos em inúmeros sites de desinformação de alto risco na web aberta. Google, Amazon e outras empresas não devem receber um passe livre dos anunciantes neste período de grande preocupação sobre o local onde seus anúncios estão sendo exibidos –e quem eles estão financiando.”

Google e Facebook se tornaram os protagonistas dominantes no setor de publicidade global, graças à tecnologia que veicula anúncios na internet. Os anunciantes reclamam há anos que seus produtos estão sendo colocados ao lado de conteúdo inapropriado ou perigoso pelos algoritmos das gigantes da tecnologia. A pandemia e uma conversa global sobre racismo levaram o Vale do Silício a fazer um balanço desse sistema. A Verizon entrou em um boicote publicitário contra o Facebook depois que ativistas revelaram seus anúncios ao lado de vídeos relacionados à teoria da conspiração QAnon, com dezenas de outros anunciantes importantes na campanha Stop Funding Hate. Google, Facebook e Twitter propuseram medidas para lidar com conteúdo enganoso relacionado à Covid e dificultam o lucro de seus autores em suas plataformas, mas essa crise está gerando novas perguntas sobre os fundamentos de seus negócios de publicidade.

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