O conceito de igualdade também foi um dos princípios do liberalismo, que, digamos, lá nos seus primórdios admitia uma certa dose de desigualdade. O documento francês concentrou-se nos direitos civis e na igualdade de participação política. De qualquer maneira, da queda da Bastilha para cá, o mundo passou a respirar um ideal de liberdade, igualdade e fraternidade.
Nossa Constituição de 1988, por exemplo, é pródiga em reafirmar direitos. Vale lembrar o caput do art. 5º: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. No papel, nossa Carta Magna deixa no chinelo muitas outras mundo afora. Oxalá todos esses direitos fossem realmente alcançados. Mas a responsabilidade continua sendo do indivíduo por seu sucesso ou fracasso em sociedade.
Talvez seja a hora de transportar essa ideia do marketing digital para a seara social, buscando “remover barreiras” para alcançar de fato igualdade, principalmente a racial, e, neste ponto, devo enaltecer a Forbes Black. O segredo para popularizar um produto ou uma ideia, de acordo com Jonah Berger, está na mensagem. Em sua fórmula para viralizar ideias e produtos há alguns ingredientes decisivos: “moeda social – o que falamos influencia o modo como os outros nos veem; gatilhos – estímulos que incitam as pessoas a pensar em produtos ou marcas relacionadas; emoção – quando nos importamos, compartilhamos; público – pessoas observam e imitam atitudes; valor prático – pessoas gostam de ajudar os outros”.
Essas diretrizes, que apontam principalmente aos profissionais de marketing e negócios, podem ser usadas por agentes sociais e organizações para influenciar e provocar, de fato, uma metanoia, ou seja, mudança profunda de mentalidade. O ativismo digital responsável deve ser a gravidade que viraliza essas ideias para o centro das pessoas. Afinal, elas influenciam, elas decidem. E isso me lembra uma peça de nosso Instituto em razão do Dia da Consciência Negra: “Respeito e Igualdade: na Constituição, no Coração, na Consciência.”
Lembrando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, influenciada pela declaração francesa, modulou o primeiro artigo para: “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. Para além do papel, precisamos abrir mentes e corações.
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