O cenário era este até que em 1846, em Boston, nos Estados Unidos, a primeira cirurgia sob anestesia foi realizada e o paciente não sentiu dor alguma durante o procedimento. Este evento permitiu que as técnicas cirúrgicas evoluíssem de forma espetacular no último século.
Porém, ainda é comum os pacientes terem receio em relação à anestesia e o receio é fruto, na maioria das vezes, da desinformação. Existem vários tipos de anestesia a depender da localização, complexidade e duração de cada cirurgia, podendo variar desde a anestesia local, onde um anestésico é injetado somente na área em que a cirurgia será realizada, até a anestesia geral, onde as funções vitais do paciente, como a respiração, são controladas pelo anestesista.
Como essa aplicação é dolorosa, pois o paciente sente tudo até que a medicação faça efeito, o ideal é que ela seja acompanhada de uma leve sedação, para que o paciente tenha absoluto conforto e fique tranquilo e relaxado. Esta sedação consiste em medicamentos que induzem um sono leve e têm efeito amnésico e é acompanhada por um médico anestesiologista, que permanece monitorando todos os parâmetros vitais do paciente. É ele quem garante a segurança e a tranquilidade durante todo o ato operatório.
A sedação tem outras funções benéficas ao procedimento. Como as cirurgias de transplante capilar são muito longas, o paciente pode experimentar desconforto pela posição e inquietação com o passar do tempo. Com a sedação associada, em uma cirurgia de 6 a 8 horas, a percepção desse tempo pelo paciente é mínima e isso permite que o cirurgião e sua equipe operem com mais concentração.
Então, a anestesia em um procedimento cirúrgico é sinônimo de conforto e segurança para o paciente e para a equipe cirúrgica.
Márcio Crisóstomo é cirurgião plástico formado no Instituto Ivo Pitanguy, especialista em Transplante Capilar nos Estados Unidos pelo American Board of Hair Restoration Surgery, com pós-graduação em Surgical Leadership pela Harvard Medical School.