Passei um domingo de março no qual cuidei o dia inteiro para conseguir uma vaga em um hospital para a mãe de uma funcionária minha. Em São Paulo, impossível. Consegui um leito em Campinas.
Aí, me perguntei como não prevíramos em todo o país a continuidade ou o retorno do Covid e fechamos os hospitais de campanha como o Pacaembu, os de Manaus, do Rio de Janeiro e de outras cidades, comemorando ao final do primeiro tempo uma vitória que se desmancharia no segundo tempo.
Mas, se obtivermos sucesso nas negociações em curso, poderemos alcançar, até o final do ano, seja através das novas vacinas, seja através de pessoas curadas, a chamada imunidade do rebanho, com um sucessivo índice decrescente de mortes.
Fomos, certamente, como povo, surpreendidos pela gravidade da pandemia. Perdemos muito tempo com querelas jurídicas e políticas de quem deve ser o responsável por carregar mais caixões – governo federal, estados ou municípios.
Pelos desvios vergonhosos de verbas com as quais pagamos, por respiradouros, de cinco a seis vezes em dólares por unidade, e desvios astronômicos em itens essenciais para o tratamento de doentes terminais. Mas a Polícia Federal se incumbirá de mostrar os responsáveis.
Se do ponto de vista econômico conseguimos nos manter com uma retração de 4,1% do PIB e nas melhores posições entre os países ricos, com a criação de 1,2 milhão de novos empregos, o surgimento de 750 mil novas empresas, a valorização do Ibovespa de 70 mil a 125 mil pontos, o ressurgimento da indústria de construção civil, o aumento da produção industrial como um todo e o crescimento das exportações e a recuperação do setor de serviços atestam que há base sólida para a retomada econômica.
E, propositalmente, não mencionei o agronegócio que, de 6 milhões de toneladas produzidos quando lançáramos o carro a álcool em 1979, passou a 270 milhões, transformando o Brasil de país importador de alimentos a celeiro do mundo.
Reservas em crescimento de cerca de US$ 400 bilhões e aumento da produtividade são fatores incontestes da melhoria e da geração de otimismo no país, malgrado a tristeza e a solidariedade pelos mortos pela Covid-19.
Transformação digital, liderança e desenvolvimento de talentos e segurança cibernética são os focos de investimentos no Brasil. E, se há duvidas, vejam as listas dos futuros 20 unicórnios no Brasil, todos próximos ao bilhão de dólares.
Acorde, Brasília. Demo-nos as mãos Congresso, Executivo e Judiciário, que é o que nós, povo brasileiro, esperamos, e vençamos o medo, rasgando o véu da desesperança, mostrando a nação que desafiou a Covid-19, a venceu e renasceu das cinzas.
Mario Garnero é Chairman do Grupo Garnero e presidente do Fórum das Américas
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