Está se sentindo pressionado de todos os lados? Pelos amigos, pela família, pelo trabalho, pela sociedade? Essa pressão está tirando sua alegria, sua convicção sobre sua própria identidade e o sentido naquilo que você faz? Então peço que pense no que direi a seguir.
1. Viver estressa. Em qualquer hipótese, desde a hora que você acorda, você passará por estresse. A cada suspiro, a cada célula perdida, a cada preocupação e até mesmo a cada alegria intensa, pelo simples fato de estar vivo, você gastará energia e isso produzirá estresse. Precisamos aprender a compensar, a descansar, a recuperar a energia para voltarmos mais inteiros ao nosso dia a dia.
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2. Você é livre. Tudo o que você faz é porque você quer. Por isso, você não deve fazer nada apenas para satisfazer os outros, seja a família, seja quem te financia. Sim, essas pessoas são importantes, mas não esqueça que os projetos são seus e não delas. Ao manter isso bem vivo em mente, você logo vai perceber que muito da pressão que sente é porque essa convicção se perdeu pelo caminho em algum momento.
3. Faça uma pausa. Se sentir que a fervura está alta, falte à aula, peça alguns dias de dispensa no trabalho e dedique um tempo para organizar seus objetivos. Um tempo para pôr ordem na casa. Verifique se no meio do percurso você passou a ocupar o seu tempo com coisas que não fazem sentido e que tenham mais a ver com o status quo do que com o seu propósito de vida. Investir tempo para refletir se estamos na direção do que planejamos sempre dá um excelente retorno.
4. Faça um detox digital. Avalie se as redes sociais estão tomando um lugar mais importante do que deveriam em sua vida. Passar tempo demais navegando (ou naufragando) pelas redes sociais pode produzir em você, mesmo sem perceber, uma preocupação excessiva com o que as pessoas pensam e uma necessidade exagerada de aprovação, a ponto de você passar a enxergar os likes ou os comentários como uma forma de nutrir sua fome de aceitação. A única coisa que importa é se você está cumprindo o seu propósito de vida. O resto, incluindo a opinião dos outros a seu respeito, é secundário.
5. Não tenha medo de mudar. Repito: você é livre e não é obrigado a fazer nada que vá contra sua natureza. Isso inclui o emprego chato que serve apenas para pagar as contas – e que por isso você tem medo de mudar. Sem dispensar uma dose de planejamento e se possível de aconselhamento com um especialista, não tenha medo de mudar de vida. Vale até trocar o corte de cabelo, o estilo de se vestir, a cidade onde você mora. O que você não pode fazer é mudar sua essência para ser aceito.
6. Olhe adiante. Você ainda tem muita vida pela frente. Não caia na armadilha de achar que está velho, que o tempo passou e você perdeu o bonde do sucesso ou da felicidade. Muitos talentos desabrocham depois dos 50. Independentemente de sua idade, você não é um fracasso, ainda que colecione histórias de insucesso em seu histórico – esses tropeços, aliás, são o combustível de nove entre dez pessoas de sucesso. Na hora em que você estiver alinhado com o seu propósito de vida, que tiver deixado de ser escravo das opiniões alheias e que suas tarefas estiverem em harmonia com tudo isso, seus fantasmas imaginários desaparecerão num estalar de dedos.
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Você ainda tem muita lenha para queimar, amores para amar, amigos para (re)encontrar, projetos para realizar e, o principal, muita gente para ajudar. Esse é o ápice da satisfação e da realização humana. É quando entendemos que não somos o centro do Universo e que nossa ajuda, além de valiosa para alguém fragilizado, é ainda mais valiosa para nós.
No dia em que alguém olhar para você com os olhos brilhando, agradecendo aquela ajuda que foi tão importante na vida dela, você terá plena certeza do seu significado na Terra. A partir desse dia, as pressões que você sentia não farão nem cócegas.
Flávio Augusto da Silva é Presidente da Wiser Educação e dono do time de futebol Orlando City
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Coluna publicada na edição 88, lançada em junho de 2021