Todo mundo gosta de ser bom em algo e a agropecuária brasileira é referência, uma das melhores do mundo na produção sustentável de alimentos, fibras e biocombustíveis. Nosso agro é modelo de empreendedorismo, respeitado dentro e fora do país, exportando não só alimentos, mas também tecnologia e técnicas de cultivo sustentáveis.
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Esta é a porta que podemos abrir para nossas crianças e jovens. Os alunos de hoje serão a próxima geração no mercado de trabalho. Conhecer e entender este setor pode lhes abrir um leque imenso de possibilidades profissionais.
Participei, neste último mês, de uma viagem ao coração pulsante do agro brasileiro no Mato Grosso com analistas educacionais do Sesi (Serviço Social da Indústria) e profissionais de uma das maiores editoras do Brasil, juntamente com a associação DOME (De Olho no Material Escolar) e Instituto Farmun. O objetivo era apresentar como funciona o agro de verdade.
O agro brasileiro é profundamente estratificado. Desta maneira, vivenciamos na prática múltiplas experiências: conhecer uma pequena produtora em um assentamento, que tira seu sustento da produção artesanal de queijos; visitar a produção de soja sustentável certificada, assim como áreas de integração lavoura e pecuária, agricultura de precisão e áreas de reflorestamento; e conhecer a maior usina produtora de etanol de milho da América Latina até chegar ao outro extremo da cadeia, visitando um dos maiores grupos agropecuários do mundo, uma operação que inclui algodão, soja, milho, biomassa, gado, armazenagem e logística.
Pudemos observar nesta viagem que há espaço para quem gosta de exatas, humanas ou biológicas, infinitas oportunidades podem ser encontradas antes, dentro e depois da porteira.
Antes da porteira, as possibilidades se abrem desde o primeiro parafuso, na indústria de implementos, maquinários, passando por desenvolvimento de softwares e tecnologia de alta precisão – a digitalização do agro já é uma realidade. Toda a indústria antes da porteira de pesquisa, genética, sementes, adubos, bioinsumos, defensivos, medicamentos e a logística envolvendo estes insumos.
Depois da porteira, o agro ainda se estende por todo o setor de armazenamento, distribuição até o processamento, indústria, logística de distribuição ao consumidor nacional ou internacional, supermercados, restaurantes, caminhões, ferrovias, portos, tudo é agro!
De toda a cadeia, sabe o que mais chamou a atenção dos educadores? Que a todo momento, a rentabilidade das empresas caminhe junto com os bens mais preciosos: as pessoas, o meio ambiente e ligação com a terra.
Não se nega que existam problemas, o Brasil tem desafios ambientais e sociais, tanto no cenário rural como urbano. Por outro lado, é preciso esclarecer que a agropecuária responsável não é a vilã do meio ambiente. Produtores de excelência, que investem em mão de obra, tecnologia e sustentabilidade, não querem ilegalidades como incêndios e desmatamento ilegal em sua propriedade. Os jovens são o futuro desta agropecuária responsável, que é parte da solução do problema, promovendo sustentabilidade, inclusão de pessoas e geração de renda.
O Brasil é uma potência agroambiental, mas para gostar, é preciso conhecer.
Agradeço ao Sesi, Fiesp, Farmun, Agroligadas, CAT, Famato, Imea, AgriHub, Senar, Fazenda Nossa Sra da Amazônia, Fazenda Santana, Grupo Bom Futuro, Sítio Vila Láctea, INPASA, UFMT, EMBRAPA e a associação De Olho No Material Escolar pela oportunidade de vivenciar com vocês o agro de verdade.
Helen Jacintho é engenheira de alimentos por formação e trabalha há mais de 15 anos na Fazenda Continental, na Fazenda Regalito e no setor de seleção genética na Brahmânia Continental. Fez Business for Entrepreneurs na Universidade do Colorado e é juíza de morfologia pela ABCZ. Também estudou marketing e carreira no agronegócio. E-mail: helen@fazendacontinental.com.br.
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