LEIA TAMBÉM: Robert Pattinson compara Batman a um viciado em drogas. Será?
Drogas psicotrópicas, ou psicoativas, são aquelas que agem no sistema nervoso central e alteram a função do cérebro, de modo que a percepção, o humor e mesmo a consciência mudam. Um exemplo é a psilocibina, a substância encontrada nos “cogumelos mágicos”, que vem sendo estudada como auxiliar do tratamento da depressão. Outros exemplos bem conhecidos são o uso de pequena quantidade de maconha ou de álcool para relaxar.
A terapia de casal assistida por MDMA, inclusive, chegou a ser realizada nos Estados Unidos até os anos 1980, quando a droga se tornou ilegal. Entretanto, não há consenso, nem sequer um número grande de estudos, capazes de validar o uso de ecstasy por um casal que está infeliz.
LEIA TAMBÉM: Cuidar da saúde mental é como fazer um Iron Man: não existem atalhos
A verdade é que muita gente sonha resolver questões do amor com um comprimido ou uma droga. Seria infinitamente mais fácil, mais rápido, mais barato e menos trabalhoso. E nem só questões do amor. Anos atrás, chegou-se a falar em uma pílula que replicaria os benefícios que a atividade física traz ao corpo. Evidentemente, nada saiu do papel.
A pergunta que devemos nos fazer é: onde está o problema? É no cérebro de cada uma das pessoas que forma o casal, cuja função precisa ser alterada por uma droga para que o casamento entre nos eixos? Ou os problemas vêm de outro lugar? Assim analisada, a primeira hipótese dificilmente se mantém.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.