No último sábado de março de 2020, quase 3 milhões de pessoas, no mundo todo, baixaram o aplicativo Zoom em seus dispositivos móveis pela primeira vez, um recorde para a empresa, que elevou o número de downloads desde o IPO de abril de 2019 para mais de 59 milhões, segundo a empresa de inteligência móvel Apptopia. O Zoom ficou recentemente em primeiro lugar entre todos os aplicativos gratuitos da App Store, da Apple, à frente do Google, WhatsApp e até do TikTok, favorito da geração Z. Em 1º de abril, o Zoom afirmou ter atingido 200 milhões de usuários diários em março, 20 vezes mais que os 10 milhões no final de 2019.
Tudo isso levou o Zoom, com sede em San José, na Califórnia (EUA), a um novo patamar financeiro, estratosférico. Recentemente, no dia 3 de abril, as ações da empresa subiram 143% desde o IPO e 44% só no mês passado, enquanto a S&P 500 caía 11%, o que deu à companhia um valor de mercado de US$ 42 bilhões e a Eric Yuan, um patrimônio líquido de US$ 5,5 bilhões, o que o torna um dos novatos mais ricos do mundo na lista de bilionários da Forbes deste ano, a ser lançada nesta semana. Mesmo antes da disseminação do coronavírus, o Zoom estava muito em alta, com pelo menos 81.000 clientes pagantes, incluindo Samsung e Walmart. A companhia registrou receita de US$ 623 milhões e lucro líquido de US$ 25 milhões até o ano fiscal encerrado em janeiro de 2020.
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Dentro da empresa, Yuan e seus funcionários tinham duas preocupações: manter o Zoom em funcionamento e garantir que estivesse à mão daqueles que mais precisavam. Quando partes da China entraram em isolamento, o fundador abriu as contas gratuitas de nível básico do Zoom, geralmente limitadas a 40 minutos por reunião, para funcionar por 24 horas. Em meados de março, ele expandiu a oferta a todas as escolas de ensino fundamental e médio que suspenderam as aulas, primeiro nos Estados Unidos, Itália e Japão e depois para mais 19. No início de abril, mais de 90.000 instituições escolares já usavam o Zoom. Adicione-os aos outros milhões que estão aproveitando o modelo “freemium” da plataforma para utilizá-lo para motivos profissionais ou pessoais.
No entanto, com o que Yuan não contava: junto aos novos patamares de popularidade, o Zoom experimentou uma onda de críticas crescente que mudou drasticamente a discussão em torno de suas ferramentas de vídeo em apenas alguns dias. Algumas escolas já hesitavam em oferecer o Zoom aos seus alunos. Porém, casos como o “Zoombombing”, em que hackers e trolls online travam as reuniões de outros usuários, tornaram-se tão presentes que o FBI teve de divulgar diretrizes de prevenção na última quinta-feira (2). O escritório do procurador-geral de Nova York enviou uma carta em que solicita que o Zoom responda a questões de segurança. Além disso, a plataforma foi abalada por outros relatos de envio de dados ao Facebook e compartilhamento de informações do LinkedIn, mesmo para usuários que aparecem sob pseudônimos, entre outras vulnerabilidades. Isso tudo foi o suficiente para fazer com que a SpaceX se juntasse à NASA a fim de evitar o uso interno do Zoom.
Conheça no vídeo abaixo a história do Zoom em meio à pandemia e a ascensão de um novo bilionário:
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