Sarah Buchwitz deixa a Mastercard e assume como CEO do Grupo Flow

16 de outubro de 2023
Forbes

Sarah Buchwitz: “Deixar a Mastercard após esse período não é uma decisão fácil, mas saio com a sensação de dever cumprido”

Após seis anos como VP de marketing e comunicação da Mastercard, a executiva Sarah Buchwitz, que integra a Lista Forbes de Melhores CMOs do Brasil, deixa a companhia para assumir o Grupo Flow. A chegada de Sarah também marca a criação do grupo que contará com os Estúdios Flow, a Flow Tech e o Flow Labs. A empresa será anunciada ao mercado como um ecossistema de mídia, informação, entretenimento e tecnologia. O Grupo Flow está avaliado em R$ 100 milhões, sendo R$ 50 milhões somente dos Estúdios Flow e, neste momento, tem uma situação de break even, segundo Sarah.

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O convite para o projeto veio de Andre Gaigher, que até então atuava como CEO dos Estúdios Flow e agora passa a ser membro do Conselho e Chief Creative Officer do grupo. “Deixar a Mastercard após esse período não é uma decisão fácil, mas saio com a sensação de dever cumprido, ultrapassamos a concorrência em várias métricas e construímos a sétima marca mais influente do Brasil segundo a Ipsos”, afirma a executiva.

Na nova fase, Sarah terá como objetivo reaproximar o agora Grupo Flow do mercado publicitário, encerrando os vestígios gerados pela crise no ano passado, envolvendo o ex-sócio Monark. “A criação do Grupo Flow é um marco para chancelar esse novo momento. A empresa tem cinco anos, passou por várias fases. Nosso objetivo é trazer novas marcas, construir uma nova história com mais verticais e parceiros relevantes”, destaca.

Em sua primeira fase como CEO, Sarah cuidará da organização e otimização das verticais e tem como objetivo propor um olhar macro para a construção do grupo. “É um processo de integração, de visão e otimização de conteúdo que visa a um maior diálogo e reputação com o mercado”, afirma. Na nova estrutura, os Estúdios Flow contemplam todos os programas, a Flow Tech irá desenvolver serviços e soluções de tecnologia para empresas e criadores de conteúdo e o Flow Labs, uma produtora audiovisual, será responsável por realizar formatos customizados para marcas. “Também é uma volta às origens como profissional, já que estive na ESPN de 2015 a 2017 como head de marketing, onde fiz uma imersão no mundo do conteúdo.”

Imersão em inovação, tecnologia e empreendedorismo

Economista de formação, Sarah se preparou nos últimos anos para um novo momento de carreira, o que também contempla uma nova fase como conselheira. Ela concluiu um curso de Inovação na Universidade de Tel Aviv, em Israel, além de outras imersões em países como Dinamarca. “Meu olhar, neste momento, para além da gestão, é focar na nova economia, a creator economy, entender como conectar propósito, conteúdo, inovação e tecnologia”, afirma.

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Retomada

Em fevereiro de 2022, os Estúdios Flow tiveram que recomeçar praticamente do zero. O canal viveu uma crise de imagem que envolveu o público e os patrocinadores. Bruno Monteiro Aiub, cofundador do podcast e mais conhecido como Monark, defendeu a criação de um partido nazista no Brasil durante o programa.

Divulgação/Estúdios Flow

Gianzão, diretor de conteúdo, Igor 3k, co-fundador do Flow e André Gaigher, CEO dos Estúdios Flow

O evento, que a equipe apelidou de “tsunami”, devastou os negócios do Flow. O faturamento mensal, que era de R$ 1,5 milhão, caiu a zero. “Nossa meta de vendas de publicidade para o ano era de R$ 16 milhões e em janeiro já havia contratos de R$ 7,6 milhões assinados, mas foi tudo por água abaixo”, disse recentemente André Gaigher à Forbes Brasil:“Tínhamos 100 pessoas no time, com custos operacionais em R$ 1 milhão por mês, e de um dia para o outro não havia dinheiro para arcar com os custos”.

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A audiência se recuperou em outubro do ano passado durante a campanha eleitoral, quando um dos programas da casa, o Flow Podcast, conversou com todos os presidenciáveis. Apostando em conversas “amigáveis” e buscando a aproximação do público com o assunto, o Flow foi o podcast mais pesquisado no Google mundial em 2022.

“Esse foi um período muito importante para o debate público e com certeza nos ajudou a recuperar nossa reputação”, diz Igor. “Fomos o primeiro programa nascido na internet a conversar com um presidente em exercício, então isso é muito relevante”, completa.

A volta da audiência trouxe o fôlego necessário para a retomada de vários projetos que tiveram de ser adiados. “Com o interesse pelos programas voltados para as eleições, percebemos que as pessoas pediam por diálogos sinceros sobre o assunto e isso nos deu uma ótima ideia para um programa”, diz o fundador.

Grandes números

O faturamento já retornou ao nível de janeiro de 2022, com R$ 7 milhões em contratos assinados. Até o fim do ano, a expectativa é faturar R$ 30 milhões. Hoje avaliado em R$ 50 milhões, o Estúdios Flow vai buscar recursos de investidores de modo a poder colocar os planos em prática. “O nosso momento é de profissionalização, verticalização e estruturação,”, afirma o CFO.

Rissi afirma que a meta são grandes marcas. “Tudo o que passamos nos preparou para sentar em uma mesa de negociação com empresas como UFC e Santander”, diz. Para os próximos cinco anos, os executivos afirmam que a meta é elevar a receita para R$ 200 milhões por ano. “Todo mundo tentou nos destruir em 2022, mas continuamos por aqui e muito mais fortes”, diz Igor “Não queremos ser o maior podcast do Brasil, queremos ser o mais relevante.”