Com a avaliação da Anthropic alcançando US$ 60 bilhões (R$ 366 bilhões) em sua última rodada de investimentos, a startup de inteligência artificial (IA) está prestes a transformar seus sete cofundadores em bilionários, de acordo com apuração da Forbes.
A empresa, conhecida pelo chatbot Claude, está em vias de levantar US$ 2 bilhões (R$ 12,2 bilhões) em uma nova rodada de financiamento liderada pela firma de capital de risco Lightspeed Venture Partners. Duas fontes com conhecimento das negociações confirmaram à Forbes no início do mês que a rodada irá avaliar a Anthropic em US$ 60 bilhões (R$ 366 bilhões) após o investimento. Segundo as fontes, os termos do acordo já foram definidos, mas ainda não foram formalizados.
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O Wall Street Journal foi o primeiro a relatar sobre essa captação de recursos em andamento.
Com a nova avaliação, cada um dos sete fundadores da Anthropic — o CEO Dario Amodei, a presidente Daniela Amodei e os cofundadores Tom Brown, Jack Clark, Jared Kaplan, Sam McCandlish e Christopher Olah — deverá alcançar o status de bilionário. A Forbes estima que cada cofundador continuará a deter mais de 2% do capital da Anthropic, o que significa que seus patrimônios líquidos serão, no mínimo, de US$ 1,2 bilhão (R$ 7,32 bilhões).
Lightspeed e Anthropic não quiseram comentar o assunto.
Em 2023, os irmãos Amodei e os outros cinco cofundadores possuíam, cada um, participações iguais de mais de 6% na Anthropic, de acordo com um documento revisado pela Forbes. Desde então, a empresa levantou bilhões em financiamento adicional. No início de 2024, arrecadou mais de US$ 1 bilhão (R$ 6,1 bilhões) em uma rodada liderada pela Menlo Ventures, com uma avaliação pré-investimento de US$ 15 bilhões (R$ 91,5 bilhões), conforme detalhado pela Forbes. Em novembro, a gigante tecnológica Amazon, que já era uma grande investidora, comprometeu mais de US$ 4 bilhões (R$ 24,4 bilhões).
Nesse período, enquanto a Anthropic alocava capital a investidores, parceiros estratégicos e sua própria base de funcionários, a Forbes estima que as participações de cada um dos fundadores tenham sido diluídas para algo entre 2% e 3%, com base em registros da empresa e conversas com várias fontes com conhecimento do histórico de financiamentos da companhia. Com uma participação de 2%, o patrimônio de cada fundador será avaliado em US$ 1,2 bilhão (R$ 7,32 bilhões) após a nova captação de recursos.
Quem é a Anthropic?
Fundada em 2021, após a equipe se desligar da OpenAI, a Anthropic tornou-se uma das maiores e mais valiosas rivais da criadora do ChatGPT. A OpenAI, inicialmente uma organização sem fins lucrativos, impulsionou o atual boom da IA com o lançamento de seu modelo de linguagem em 2022. Avaliada em US$ 157 bilhões (R$ 957,7 bilhões) em outubro, a OpenAI continua sendo o maior player independente do setor, competindo com empresas como Alphabet (controladora do Google) e Meta (controladora do Facebook). Atualmente, a OpenAI está em transição para se tornar uma empresa com fins lucrativos.
Entretanto, a Anthropic e a empresa rival de Elon Musk, xAI, continuam pressionando a OpenAI. No mês passado, a xAI anunciou ter levantado US$ 6 bilhões (R$ 36,6 bilhões) em uma avaliação superior a US$ 40 bilhões (R$ 244 bilhões), elevando seu financiamento total para cerca de US$ 12 bilhões (R$ 73,2 bilhões) após pouco mais de um ano de operação.
Essa avaliação torna a participação de 54% de Musk na xAI avaliada em mais de US$ 20 bilhões, ou R$ 122 bilhões. Além de atrair bilhões em investimentos, a Anthropic lançou em meados de 2024 uma nova família de modelos chamada Claude 3.5.
Na ocasião, o CEO Amodei declarou à Forbes que a tecnologia estava se tornando mais inteligente, rápida e acessível. Em outubro, a Anthropic revelou uma funcionalidade que permite ao Claude operar um computador de forma semelhante a como um humano faria.
Com a nova onda de bilionários da IA, os fundadores da Anthropic se juntam a nomes como Elon Musk (patrimônio líquido: US$ 417 bilhões ou R$ 2,54 trilhões, concentrados principalmente em ações da Tesla), Sam Altman, CEO da OpenAI (US$ 1,1 bilhão ou R$ 6,71 bilhões), e Alexandr Wang, CEO da Scale AI (US$ 2 bilhões ou R$ 12,2 bilhões). Altman e seu marido, Oliver Mulherin, assinaram o The Giving Pledge no ano passado, comprometendo-se a doar a maior parte de sua fortuna para causas filantrópicas.
Com a OpenAI em transição para um modelo totalmente lucrativo e investidores continuando a injetar bilhões em concorrentes, é provável que os cofundadores da Anthropic não sejam os únicos novos bilionários da IA em 2025. Líderes de startups como Mistral AI, Cohere, Safe Superintelligence e Perplexity, todas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão (R$ 6,1 bilhões), podem estar próximos de alcançar o mesmo status.