Seis parâmetros que o investidor ESG deve ter no portfólio de tomada de decisão

26 de janeiro de 2021
Krisanapong Detraphiphat/Getty Images

Relatório destaca que os aspectos financeiros e o desempenho de impacto são companheiros próximos

O investimento ESG oferece uma promessa atraente em um mundo profundamente repleto de desafios sociais e ambientais indiscutíveis, como mudança climática, pobreza e desigualdade. Portanto, trata-se de uma estratégia de investimento, pois pode contribuir positivamente para enfrentar muitos desses desafios, ao mesmo tempo que gera retornos financeiros.

É importante ressaltar o que os investidores de impacto experientes apontam como considerações prévias importantes e norteadoras ao processo de tomada de decisão e que por certo: I. melhora o planejamento estratégico do investimento; II. fornece transparência sobre os indicadores de performance; e, III. oferece uma visão que permite comparações.

Assim, atentem para as principais conquistas do mercado de investimento ESG:

1. Os investidores estão abordando o desempenho e a alocação de capital com sofisticação crescente, considerando várias facetas que influenciam o desempenho para maximizar a eficiência dos resultados;

2. O desempenho financeiro varia significativamente com base na classe de ativos e no conjunto diversificado de objetivos que os investidores buscam;

3. Retornos ajustados ao risco e à taxa de mercado podem ser obtidos por meio de investimentos de impacto, dependendo da seleção do gestor de ativos e da estratégia de investimento, e;

4. Os fundos de dívida de impacto são especialmente importantes para a mitigação e diversificação de riscos.
Isto apresentado e não à toa, os investidores estão inquietos para entender não apenas os resultados de impacto, mas também o desempenho financeiro de seus investimentos ESG.

O último relatório do GIIN (Global Impact Investing Network) – Impact Investing Decision-Making: Insights of Financial Performance, destaca que os aspectos financeiros e o desempenho de impacto são companheiros próximos, ou seja, dois azuis de um mesmo azul, sendo avaliados com requinte crescente.

O relatório conclui que os investidores de impacto estão aplicando uma abordagem multidimensional à tomada de decisão, considerando os objetivos de impacto e os riscos de impacto ao lado de fatores tradicionais como: retorno financeiro, risco financeiro, capacidade de recursos e restrições de liquidez. O exercício da abordagem dinâmica permite avaliar como se pode atingir com mais eficiência tanto o impacto quanto o desempenho financeiro que mais se pretendem.

Essa modelagem de tomada de decisão destaca o amadurecimento crescente no setor, à medida que os investidores ESG estão se tornando mais agudos em suas abordagens de gestão de desempenho e alocação de capital.

Ao tomar decisões, os investidores procuram equilibrar esses fatores e implantar a menor quantidade de capital para os melhores resultados financeiros e de impacto, maximizando assim a eficiência de seus resultados.

As escolhas feitas para alcançar a eficiência do resultado do investimento, ou seja, o sucesso de aportes necessários para gerar benefícios sociais e ambientais positivos, devem explorar seis parâmetros. Inspirado no relatório GIIN, é recomendável que o portfólio do investidor deva conter uma análise dessas dimensões:

1. Objetivos com o retorno financeiro: a extensão do retorno financeiro que o investidor busca em relação ao limite financeiro pretendido.

2. Objetivos com o impacto: a extensão dos retornos de impacto que o investidor busca em relação ao limite do benefício com o impacto pretendido.

3. Tolerância ao risco financeiro: Capacidade do investidor aceitar o risco de perda financeira em relação à expectativa com o retorno financeiro.

4. Tolerância ao risco de impacto: Capacidade de aceitar o risco do impacto pretendido não ser realizado em relação à expectativa com o retorno do impacto.

5. Capacidade de recursos: até que ponto o investidor possui recursos para cobrir os custos associados à realização do investimento de impacto: construção de metas e métricas físicas e financeiras e avaliação dos resultados.

6. Restrições de liquidez: qual a extensão de tempo que o investidor dispõe para que o investimento seja prontamente conversível em dinheiro.

Em última análise, um forte entendimento do desempenho do investimento sobre os impactos sociais e ambientais permitem que os investidores se tornem bem informados de suas escolhas, bem como acompanham as metas cumpridas em seus diversos objetivos de desempenho.

Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Ceará.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.