Caríssima, olá! Sim, é isso mesmo que você está vendo: Dona de Si está em collab na plataforma da Forbes online e eu estou mega feliz com o novo espaço da nossa conversa. Se você, caríssima, está se deparando com essa coluna agora, seria importante eu te contar sobre o histórico #DONADESI e como essa força de união feminina atropelou a vida desta artista que vos escreve. Bem, minha própria trajetória profissional já era embasada na crença em igualdade de gênero e isso me levou, ao longo de 25 anos de muito trabalho, a me tornar a primeira atriz também autora titular de novela no Brasil. A construção desse caminho foi toda em cima de ações empreendedoras, proativas e de muito estudo, para ser excelente nas entregas.
Até a coluna chegar, eu só havia falado e externado sobre igualdade de gênero através de personagens que criei, histórias que desenvolvi, tendo a minha voz ecoada com o filtro dos desejos das personagens. Mas, quando a Marina Caruso me convidou para ter um espaço na “Marie Claire”, em 2017, era a chance que eu teria de escrever e de ser ouvida com a minha própria voz, sem ficção no meio.
Topei. E quando topo é fogo! Sou intensa, inteira e obcecada pela qualidade do que vou ofertar. Pois bem, em poucos meses a coluna já era uma das mais lidas da grande plataforma em que estava hospedada. Em seguida, comecei a ser chamada para dar palestras para explicar que conceito é esse de ser “empreendedora de si mesma” e como exercitar a sororidade no ambiente de trabalho. Topei. E mais uma vez, deu certo. Quando eu me dei conta, a palestra havia se tornado workshop na ESPM em São Paulo, um grande lugar de conhecimento inovador e em seguida fui surpreendida pelo convite de licenciar a “marca” Dona de Si para produtos. Opa. Eu tinha uma marca.
Que marca seria essa? Um conceito. Já entendi. Check. Não produzo um produto funcional, mas conceitual. Ok. Check. E o que esse conceito agrega ao produto que estiver associado? Essa resposta eu tinha na ponta da língua: Dona de Si é uma marca que traz para o produto que está agregada uma noção de pluralidade na humanidade, equidade de gênero e democracia financeira. POW! Deu certo. O produto vendeu. E vendeu porque as clientes queriam andar segurando o que representavam, não precisariam dizer quem é, a bolsa já falaria. PEI! Alcançamos.
Diante de toda essa trajetória, em apenas um ano, eu não tinha mais somente uma carreira artística para administrar, mas um business de impacto social. E para entender melhor ainda o que as mulheres que liam a coluna e se comunicavam comigo precisavam, fiz uma pesquisa com elas. Meu incômodo era concreto: por que nós mulheres somos as que mais abrem CNPJs no país e as que mais fecham em três anos? Procurei em tudo que foi canto e não obtive a resposta, mas fatores me diziam que os motivos para isso não eram de competência. As mulheres são as que mais estudam, as que mais aumentam lucro quando gestoras e dominam a multitarefa. Então, o que era?
Minha resposta veio através de uma pesquisa com minhas leitoras: as mulheres não conseguem passar do estágio de empreendedoras iniciais porque nessa trajetória sofrem de três dores que não acometem os homens, que são: a sobrecarga, a opressão misógina, racista e transfóbica e a solidão que se deriva de tudo isso. Traduzindo: nós, mulheres, temos uma jornada tripla de trabalho, acumulando responsabilidades públicas e privadas; nós sofremos olhares sexualizadores, comentários maldosos, mãos na nossa cintura, sexualização extrema da nossa figura nos ambientes; com tudo isso, nos sentimos sozinhas, questionamos nossa sanidade e vamos perdendo a força diária necessária para colocar uma vida de pé.
Neste momento, não tinha mais sentido eu ficar só vendendo produto licenciado. Eu precisava fazer alguma coisa para mudar esse panorama. Foi então, que numa madrugada acordei com a ideia completa do Instituto Dona de Si, um acelerador de talentos femininos e não um capacitador. Mulher já estuda, o que precisamos é entender nossos limites e conseguir falar não para o outro, neutralizar as agressões decorrentes da opressão e estarmos em rede para a solidão não nos levar para o buraco. Mas eu precisava de investimento, e como sempre investi nas minhas ideias, com o Instituto não seria diferente.
O que eu tinha como ativo e não fazia mais sentido era a minha coleção de bolsas caríssimas, de uma marca internacional bem glamourosa. E foi isso: ressignificar a moda. Vendi as bolsas num e-commerce de luxo e com esse dinheiro, me pus a colocar o Instituto de pé. Advogada, contadora, diretora de responsabilidade social, equipe multidisciplinar para criarmos uma ONG séria, com um conteúdo de mudança de vida, real.
Foi então que a Jornada Transformadora Dona de Si foi criada. É um programa de formação em empreendedorismo, em que cada mulher assiste aulas semanais com foco no seu desenvolvimento pessoal como ativo para seu próprio negócio. O que entendemos, ao longo desses três anos, é que nossas aceleradas entram no programa apresentando sobrecarga absoluta de tarefas, insegurança nas tomadas de decisão, solidão extrema e sem conhecimento de si mesma. E que elas saem da Jornada Dona de Si com noção da sua própria força e liberdade de falar não para o outro. Além de instrumental de gestão, organização de tempo, sem medo de administrar dinheiro, seguras nas tomadas de decisão; fazendo parte de uma rede de apoio, com seus negócios lucrando, pelo menos 20% mais do que no começo.
Em poucos anos, o programa Dona de Si já acelerou mais de 1.000 mulheres, impactou 500 mil com suas ações e conta com 10 milhões de views nas redes. Após dois anos na “Marie Claire”, ficamos mais dois anos na “Vogue” e agora estamos aqui. Então, é com o histórico de uma imensa e intensa trajetória que a Dona de Si chega à você, leitor, leitora e leitore da Forbes. Desejo que esta seja mais uma fase incrível entre nós, e, como sempre, me deixo acessível para o diálogo. Pode me achar no [email protected], nas redes @institutodonadesi e @suzipires ou toda semana por aqui. Começamos! Check.
Sororidade sempre.
Suzana Pires.
Primeira atriz também autora de novelas do Brasil, a empresária e empreendedora social Suzana Pires é formada em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), em showrunner na MediaXchange, em Los Angeles, e em empreendedorismo pelo Empretec Sebrae SP. Depois que começou a escrever a coluna Dona De Si, em 2017, surgiu a ideia de criar o Instituto Dona De Si, com o principal objetivo de acelerar talentos femininos. Atualmente, segue como atriz na Rede Globo de Televisão e como autora cria projetos para players nacionais e internacionais através da marca Dona De Si Conteúdos.
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