No final do ano passado tivemos uma boa sequência de challengers no Brasil e mais alguns no início do ano. Esse é o caminho, um calendário maior e mais consistente de torneios futures e challengers em casa. Em paralelo ainda temos o Rio Open, nosso carro-chefe, que representa a capacidade que temos de realizar grandes eventos e proporcionar aos brasileiros a oportunidade de jogarem um torneio ATP 500 e verem um tênis de alto nível, já que dele participam alguns dos melhores atletas do mundo. Sua dimensão, apelo e qualidade são enormes.
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Os Estados Unidos têm também seus momentos no ano, mas a condição de o tenista fazer cerca de 60% do calendário dentro do seu país é um diferencial muito importante, crucial, principalmente para os mais jovens, que estão buscando seu lugar ao sol e que na realidade de hoje sofrem muito financeiramente para bancar seus treinadores e equipe nas viagens internacionais. A gente enfrenta já há algum tempo um dólar alto, o que implica em passagens, refeições e hotéis caros.
Torneios dentro do país ainda proporcionam a integração do trabalho de treinadores, preparadores físicos e fisioterapeutas, gerando evolução na comunicação, nas ideias e relacionamentos. Com eles surge um ecossistema e um clima cada vez mais favorável a todo mundo. São parte essencial para qualquer país que tenha a ambição de desenvolver seu tênis em alto nível com consistência, e a motivação que os profissionais envolvidos têm de saber que estarão sempre presentes é insubstituível. Precisamos ter um olhar aguçado para essa construção de um calendário robusto no Brasil.
Um exemplo mais recente desta realidade é a Itália, onde há muitos torneios atualmente, de todos os níveis. Isso trouxe para o tênis italiano uma realidade completamente diferente do que há dez anos. Não é um efeito imediato, mas que em pouco tempo começa a trazer uma mudança muito importante. Outro exemplo interessante é Portugal, que está indo por esse caminho. Não tenho dúvida de que logo vão aparecer vários jogadores portugueses no Top 100.
A Confederação Brasileira de Tênis tem também um papel fundamental nesse trabalho e vem se empenhando. Sabemos das dificuldades que estamos passando por causa da pandemia, mas acho que, se tivermos um plano bem feito e uma demonstração de união do meio tenístico, teremos plenas condições de atrair patrocinadores, investidores e apoiadores para voltar a criar esse calendário robusto.
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