As ações do Ministério da Justiça em si não são realmente vetores da economia, mas existe todo um simbolismo na troca de Sérgio Moro. Ministro com alta popularidade com os brasileiros, inclusive maior que a do presidente, faz uma renúncia que deixa um sentimento de instabilidade no governo. Moro é a grande figura do combate contra a corrupção no Brasil e fez uma entrevista acusando o Planalto de interferência nas ações da Polícia Federal.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Acompanhar o efeito dessa saída na popularidade do presidente é algo fundamental para fazer uma leitura do cenário brasileiro. Uma queda significativa, algo próximo de 1 dígito, arrancaria um importante pilar do presidente. Embora, seja também importante relembrar que o tempo da política é lento, deputados não se movimentariam contra o presidente sem evidências muito óbvias dessa deterioração.
A saída de Moro levanta suspeitas da permanência do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Nesta semana, já ocorreu um episódio negativo envolvendo seu nome, quando o Ministro não estava presente na divulgação do Plano Pró-Brasil. A saída de Guedes levantaria ainda mais preocupações em torno da aprovação de medidas que interfiram negativamente a saúde econômica do país no médio e longo prazo. A chance da agenda de reformas avançar sem a presença de Guedes parece algo bem improvável, o que alarmaria muito os investidores.
A incerteza maior também impacta a condução de política monetária no país, se nessa semana vimos o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizar que está disposto a reduzir mais a taxa básica de juros, agora o caminho não está tão claro. Em todos os comunicados, vimos o destaque da instituição em torno do avanço das Reformas.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.