Mais uma vez, o real encabeçou a lista de perdas globais, o que coloca a divisa brasileira na lanterna entre 34 pares do dólar nos dois primeiros pregões de maio. Em 2020, o real já tem o pior desempenho mundial, em queda de 28,22%.
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Durante a tarde, as compras ganharam tração conforme o mercado absorvia informações sobre o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. A íntegra do documento foi obtida pela Reuters.
No texto, Moro disse ter recebido uma mensagem do presidente Jair Bolsonaro em que ele cobrava a substituição do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Carlos Henrique de Oliveira.
“Dólar nas máximas, bolsa nas mínimas. Tudo com depoimento de Sergio Moro. Incerteza política fazendo preço novamente”, disse Henrique Esteter, analista de research e equity sales na Guide Investimentos. O Ibovespa fechou em alta de 0,75%, longe da máxima do dia, quando avançou 2,78%.
A incerteza no campo político voltou a recrudescer no mês passado, e analistas atribuem a isso parte da performance mais fraca do real.
Alguns profissionais avaliam, inclusive, que o aumento das tensões em Brasília pode ter seus efeitos para além do câmbio, impactando também as curvas de juros. Associado à piora da trajetória fiscal, o ruído poderia limitar o espaço para novos cortes de juros pelo Banco Central. Por ora, contudo, a aposta do mercado é de mais reduções, com a taxa Selic caindo mais 0,50% amanhã (6) e descendo até 2,75% ao fim do ano.
Isso impacta diretamente os diferenciais de retornos entre o Brasil e o mundo e prejudica a relação risco/retorno de se investir em reais.
O dólar à vista fechou esta terça-feira em alta de 1,23%, a R$ 5,5902 na venda.
Na B3, o dólar futuro subia 0,65% nesta terça, a R$ 5,5925, às 17h22. (Com Reuters)
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