A pesquisa Pnad Contínua mostrou que a taxa de desemprego no Brasil saltou a 12,9% nos três meses até maio, de acordo com os dados divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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“Esse crescimento agora é diferente do padrão de 2017 para cá. Era para essa taxa estar estável (se não fosse a pandemia), ou assumindo tendência de queda, mas teve alta significativa”, destacou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
O levantamento mostrou ainda que, pela primeira vez, menos da metade das pessoas em idade de trabalhar está ocupada, com esse percentual chegando a 49,5% no trimestre encerrado em maio, queda de cinco pontos percentuais em relação aos três meses encerrados em fevereiro.
De acordo com o IBGE, é o mais baixo nível da ocupação desde o início da pesquisa em 2012.
O mercado de trabalho mostrou nos três meses até maio perda de vagas generalizadas, como consequência das medidas de paralisação para contenção do coronavírus, com comércios e indústrias sendo mantidos fechados e as pessoas em isolamento social.
O contingente de desempregados no Brasil entre março e maio atingiu 12,710 milhões, de 12,343 milhões entre dezembro e fevereiro e 12,984 milhões no mesmo período do ano passado.
Ao mesmo tempo, o total de pessoas ocupadas teve recuo a 85,936 milhões, queda de 8,3% sobre o trimestre imediatamente anterior –ou 7,8 milhões de pessoas que saíram da população ocupada– e de 7,5% ante o mesmo intervalo de 2019.
“É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, completou Beringuy.
PERDAS
Um total de 9,218 milhões de pessoas trabalhavam sem carteira assinada no período, contra 11,644 milhões no trimestre imediatamente anterior.
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Já o número de trabalhadores domésticos recuou a 5,074 milhões de pessoas, o que corresponde a 1,170 milhão de trabalhadores a menos no mercado de trabalho.
“O crescimento da população fora da força indica que as pessoas estão interrompendo a busca de trabalho por conta do distanciamento social. Para as pessoas lá na frente saírem da inatividade para conseguirem uma ocupação vai depender do desempenho da economia”, completou Beringuy.
Nos três meses até maio, o rendimento médio do trabalhador chegou a R$ 2.460, maior nível desde o início da série, de R$ 2.374 até fevereiro. Mas, segundo o IBGE, esse aumento se deve à redução no número de trabalhadores informais, grupo que geralmente ganha remunerações menores.
Ontem (29), o Ministério da Economia informou que o Brasil fechou 331.901 vagas formais de trabalho em maio, pior desempenho para o mês da série iniciada em 2010, mas numa melhora em relação à performance fortemente negativa de abril.
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