"O aprendizado que a crise da Covid-19 deixará está relacionado à definição de perfil de risco do investidor", Samir Haikal

2 de junho de 2020
Krisanapong Detraphiphat/Getty Images

Muitos investidores novatos perceberam não querer viver a inconstância da renda variável

Após o conturbado período recente, alguns aprendizados podem ser extraídos do comportamento de investidores. Equívocos de alocação e até amadurecimento do investidor brasileiro podem determinar os próximos passos do mercado financeiro nacional.

Para debater esse momento, conversamos com o Samir Haikal, trader sênior de renda fixa na RB Investimentos, formado em finanças e economia pela Washburn University, nos Estados Unidos.

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Veja, a seguir, os melhores momentos da entrevista com Samir Haikal:

O que você enxerga por trás do movimento de 2019, quando muitos investidores saíram da renda fixa?

Esse movimento de 2019 começou no segundo trimestre e se intensificou no segundo semestre, durando até dezembro, aproximadamente. Investidores posicionados em renda fixa migraram para a renda variável, procurando auferir maiores ganhos, já que vivíamos um período de intenso bull market na bolsa, somado a um concomitante cenário de queda de juros, que teve início em 2016 e foi acentuado após as eleições de 2018.

A crise mundial do coronavírus pode reverter esse quadro?

Sem dúvida. O principal aprendizado que a crise do coronavírus deixará está relacionado à definição de perfil de risco de cada investidor. Muitos investidores novatos perceberam não querer viver a inconstância da renda variável, própria de quem tem muito apetite para risco. São perfis diferentes. Muitos estão retornando para o porto seguro da renda fixa.

As taxas de juros mundiais estão nas mínimas históricas. Ainda existem oportunidades em renda fixa?

Apesar da Selic estar em sua mínima histórica, a renda fixa continua apresentando oportunidades bastante atrativas. Os investidores estão exigindo maiores spreads de crédito para conceder crédito e financiar empresas. Podemos encontrar papéis de empresas com ótima qualidade creditícia com taxas bastante interessantes no mercado.

Com as “boas pagadoras” se financiando a taxas mais altas, como estão as empresas que já se financiavam a taxas mais elevadas antes da crise? Elas são oportunidades de retorno melhores?

Em momentos de incertezas, como o atual que vivemos, empresas/projetos com perfil de crédito mais arrojados precisam compensar os investidores com prêmios superiores àqueles encontrados na renda fixa tradicional. É essencial, contudo, que os investidores equacionem muito bem a relação risco retorno.

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