Como o mercado de ações se comportou durante o mandato dos últimos 13 presidentes dos EUA
Sergei Klebnikov e Halah Touryalai
3 de agosto de 2020
Reprodução Forbes
Com a eleição de 2020 a alguns meses de acontecer, alguns investidores estão preocupados com os prós e contras de um embate entre Trump e Biden
Biden contra Trump. Alguns especulam que o futuro da república dos Estados Unidos depende do resultado da próxima eleição. Mas, para investidores inteligentes, o vencedor, na realidade, não importa.
A sabedoria popular diz que os liberais democratas geralmente são ruins para a economia e para o mercado de ações em função das tendências governamentais que costumam adotar, enquanto os republicanos conservadores, do ponto de vista fiscal, são boas escolhas. Essa crença amplamente aceita é, na verdade, uma inverdade, se você analisar os dados desde o final da Segunda Guerra Mundial.
“Os mercados de ações têm melhor desempenho sob gestões democratas do que em republicanas. Esse é um fato bem conhecido, mas não implica causa e efeito”, diz Jeremy Siegel, professor de Finanças da Russell E. Palmer na Wharton School da Universidade da Pensilvânia. De 1952 a junho de 2020, os retornos anuais do mercado de ações reais sob mandatos democratas foram de 10,6%, em comparação com os 4,8% dos republicanos.
Com a eleição de 2020 a alguns meses de acontecer, alguns investidores estão preocupados com os prós e contras de um embate entre Trump e Biden. Uma presidência democrática quase certamente significaria uma reversão do enorme corte nos impostos corporativos feitos por Trump (negativo para as ações), mas um estímulo econômico adicional (que o mercado aparentemente adora apesar das implicações de déficit) e estabilidade na frente comercial da chinesa seriam um grande ponto positivo.
Performance presidencial
Quais presidentes apresentaram os melhores retornos em ações? Até agora, os democratas têm dominado neste aspecto.
Segundo Siegel, autor do clássico de investimentos Investindo em Ações no Longo Prazo, de 1994, a obsessão de Wall Street com a política é, acima de tudo, equivocada: “Os mercados em alta e os mercados em baixa vêm e vão, e tem mais a ver com ciclos de negócios do que com presidentes”. De certa forma, o ambiente atual tem traços da ameaça existencial enfrentada por George W. Bush após 2001 (substitua o terrorismo pela pandemia), a agitação civil que atormentou as gestões Johnson e Nixon e a guerra comercial de Ronald Reagan com o Japão na década de 1980.
Em um esforço para examinar mais de perto a relação entre as políticas de um presidente e a direção das ações mercadológicas, a Forbes analisou o desempenho dos papéis na gestão de cada um dos últimos 13 nomes que passaram pela Casa Branca, incluindo dividendos. Usando dados do Bureau Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês), também observamos em cada presidente o número de expansões e recessões iniciadas durante seus mandatos. Em alguns casos, como a presidência de Bill Clinton, que esteve no cargo durante um dos períodos mais impressionantes de prosperidade econômica (e mercados em alta) da história, você não verá nenhuma expansão listada. Isso ocorre porque o crédito é concedido ao presidente que estava no cargo durante o início, que neste caso era George H. W. Bush. Também incluímos proporção da dívida federal bruta em relação ao PIB no último ano de cada presidência.
O vencedor entre os presidentes no melhor retorno acumulado da bolsa é William J. Clinton, com quase 210%. O pior foi George W. Bush, com -40%. De longe, a incerteza tem sido a grande perturbação dos mercados. Em setembro de 1955, por exemplo, as ações subiram 6,5% em um único dia, quando Eisenhower sofreu um ataque cardíaco repentino após um passeio de golfe. Quando Kennedy foi assassinado em novembro de 1963, a queda imediata foi de 3%. Nos dois casos, os papéis se recuperaram prontamente. Tirando as variações do mercado, os investidores podem se confortar com o fato de que, a longo prazo, comprar e manter funcionou melhor. Um investimento de US$ 1.000 em um índice de grandes ações dos EUA feito em janeiro de 1945 teria somado um retorno total anual de 11% e valeria US$ 2,3 milhões até o final de 2019.
Veja, na galeria de imagens a seguir, o desempenho das ações mercadológicas e o balanço do mandato de cada um dos últimos 13 presidentes dos Estados Unidos: