Exterior respalda maior queda do dólar ante real em quase 3 meses

28 de agosto de 2020
Krisanapong Detraphiphat/Getty Images

Na B3, o dólar futuro caía 2,97%, a R$ 5,4050, às 17h08.

O dólar despencou quase 3% ante o real hoje (28), com expressivo movimento de zeragem de posições no mercado doméstico diante de novo rali em ativos de risco no exterior e de um tombo global do dólar, com investidores apostando em manutenção de estímulos monetários nos mundo por mais tempo.

O dólar à vista caiu 2,93%, a R$ 5,4156 na venda. É a maior desvalorização diária desde 2 de junho (-3,23%). O patamar é o mais baixo desde 13 de agosto (R$ 5,3675). Na semana, o dólar caiu 3,41%. Em agosto, a moeda avança 3,78%, enquanto em 2020 sobe 34,95%. Na B3, o dólar futuro caía 2,97%, a R$ 5,4050, às 17h08.

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“O exterior foi um driver forte dos mercados (domésticos) hoje. O dólar está caindo no mundo e Wall Street renovando recordes. Isso está provocando um ajuste em ativos que estavam para trás, como os do Brasil”, disse Roberto Serra, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.

O mercado vinha elevando posições contrárias ao real diante do aumento do risco político doméstico, da queda da Selic a mínimas recordes e da contração econômica, combo que piorou a relação risco/retorno de investimentos na renda fixa brasileira. Esse contexto desestimulou entrada de capital no país e ajudou a pressionar o dólar para cima. Mas nesta semana alguns bancos estrangeiros divulgaram relatórios recomendando compra de real, citando, entre os motivos, a percepção de posições “sobrecarregadas” em venda de reais.

O Bank of America citou, por exemplo, que, pelos dados da B3, investidores domésticos elevaram suas posições contrárias ao real quase a patamares pré-reforma da Previdência –aprovada em outubro de 2019.

Nesta sexta, o dólar caía contra todos os seus principais pares nesta sessão –com a queda mais forte sendo justamente contra o real–, em meio à avaliação do mercado de que a mudança de abordagem pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) em relação à sua política monetária pode significar longo período de baixas taxas de juros –o que deprime a atratividade do dólar como ativo para investimento.

O dólar cedia 1,7% ante o peso mexicano, 1,5% contra a moeda da Nova Zelândia e 1,1% frente ao iene. O índice do dólar em relação a uma cesta de divisas caía 0,74%. Para a próxima semana, além do noticiário fiscal, o Bradesco chama atenção para os números do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, a serem divulgados na terça-feira. “O PIB deve ter recuado 8,9% no último trimestre, configurando a segunda queda consecutiva. O dado deve refletir a retração do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo, refletindo as medidas de distanciamento social e o elevado nível de incertezas do período”, disse o banco em nota. (Com Reuters)

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