Na esteira do risco fiscal, Ibovespa oscila na abertura e opera em campo misto

29 de setembro de 2020

A Bolsa brasileira abre a sessão desta terça-feira (29) com volatilidade, recuperando-se parcialmente das perdas de ontem, quando o Ibovespa desvalorizou 2,41%. Às 10h08, horário de Brasília, o índice ganhava 0,01% aos 94.676 pontos. O dólar avançava contra o real, subindo 0,55% no mesmo horário, negociado a R$5,66.

O cenário doméstico ainda reflete o anúncio do Governo sobre o financiamento do Renda Cidadã. Uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, ministros e parlamentares realizada na manhã de ontem definiu que o programa seria bancado com recursos do Fundeb e de precatórios do Governo Federal. A notícia afetou o humor do mercado.

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Em relatório divulgado na última noite, a analista de macroeconomia da XP Investimentos, Rachel Sá, destacou que o “adiamento do pagamento dos precatórios não exime o governo da responsabilidade de pagá-los” e que “limitar o pagamento de precatórios a 2% da receita corrente líquida elevaria a incerteza jurídica sobre esse instrumento, que hoje é base de uma relevante indústria de investimentos”. Sobre o Fundeb, a especialista afirmou que “a realocação de capital para despesas de naturezas distintas traz à tona o ‘fantasma da contabilidade criativa'”.

Ainda sobre as preocupação quanto ao risco fiscal do país, Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, explicou que ” mercado esperava soluções para desinchar o fiscal e não uma contabilidade criativa para financiar gastos públicos, relembrando atos dos últimos governos. Lembrando que o fundo não é contabilizado pela regra do teto de gastos e usar como parte do financiamento do novo programa social é uma estratégia para não furar o teto”.

No exterior, os investidores operam na expectativa do primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, candidatos dos partidos Democrata e Republicano, respectivamente, à presidência dos Estados Unidos. O encontro acontece no estado de Ohio, às 22h (horário de Brasília) e terá entre os temas centrais o combate ao coronavírus, questões raciais e a aceitação do resultado das eleições de novembro pelos candidatos. O presidente Trump já indicou que não irá aceitar pacificamente o resultado das urnas em caso de derrota, e que a decisão sobre o pleito poderá ser levada à Suprema Corte norte-americana.

Na abertura do pregão, o S&P 500 ganhava 0,06%, enquanto o Dow Jones recuava 0,12% e o Nasdaq subia 0,18%.

Na Europa, as Bolsas revertem parte dos ganhos obtidos na sessão de ontem e operam com leves quedas, acompanhando o cenário de instabilidade econômica frente ao crescimento dos casos de coronavírus. Às 10h34, horário de Brasília, o FTSE 100, de Londres, recuava 0,30%, enquanto o DAX perdia 0,24% e o CAC 40 descia 0,03%. O Stoxx 600 perdia 0,27% no mesmo horário, enquanto o FTSE registrava perdas de 0,03% no dia.

Na Ásia, os principais índices acionários fecharam no misto, após registrar ganhos na sessão anterior impulsionados por dados das indústrias chinesas. O Nikkei 225 encerrou em alta de 0,12%, enquanto o Hang Seng recuou 0,85%. Já o Shangai Composite teve ganhos de 0,21%, enquanto o BSE Sensex encerrou o dia com pequenas perdas, a 0,02% de desvalorização.

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