Captação líquida de fundos de investimento chega a R$ 189,3 bi e bate recorde no terceiro trimestre

8 de outubro de 2020
TwoMeows/GettyImages

O volume é o maior de toda série histórica da Anbima, iniciada em 2002, na comparação com qualquer trimestre

Os fundos de investimento registraram recorde de captação líquida positiva (diferença entre aplicações e resgates) no terceiro trimestre, totalizando R$ 189,3 bilhões. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o volume é o maior de toda série histórica, iniciada em 2002, na comparação com qualquer trimestre.

O resultado foi puxado pelos fundos de renda fixa, que reverteram as perdas do começo da pandemia, acumulando R$ 109,5 bilhões entre julho e setembro. Os multimercados aparecem na sequência, com recorde de entradas líquidas no período: captaram R$ 43,2 bilhões, superando todos os trimestres da série histórica. De janeiro a setembro, o saldo líquido de toda indústria é de R$ 196,4 bilhões.

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“Apesar da crise, temos um resultado acumulado representativo. Em apenas alguns meses, zeramos o número negativo e estamos em território positivo de forma bastante contundente”, afirma Carlos André, vice-presidente da Anbima. Para ele, os fundos de renda fixa tiveram importante contribuição. “Essa classe sofreu no primeiro semestre por conta da volatilidade nos ativos de crédito privado e agora vemos uma retomada dos investidores, com a adoção de estratégias mais conservadoras e de proteção”, opina.

No ano, até setembro, os multimercados atingiram R$ 81,1 bilhões, com alta de 39% na comparação com o mesmo período de 2019. Apesar da queda de 19% do Ibovespa em 2020, os fundos de ações tiveram captação líquida positiva de R$ 66,5 bilhões. O montante representa avanço de 29% com relação a 2019. A classe de previdência se manteve estável com R$ 22,6 bilhões no acumulado até setembro contra R$ 27,3 bilhões no mesmo período do ano passado. A renda fixa aparece em quarto lugar com R$ 17,9 bilhões – o valor é 21% inferior à captação de janeiro a setembro de 2019.

Com relação à rentabilidade, os multimercados investimento no exterior, que podem aplicar mais de 40% do seu patrimônio líquido em ativos lá fora, registraram os maiores retornos no acumulado do ano, com 9,4%. Os fundos grau de investimento (que investem, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos ou em ativos com baixo risco de crédito) tiveram as melhores rentabilidades na renda fixa.

Os tipos duração alta grau de investimento (carteira com prazos maiores) e duração livre grau de investimento (não tem compromisso com prazos máximos ou mínimos de aplicação) registraram altas de 4,5% e 2,9%, respectivamente. A queda do Ibovespa ainda impacta a rentabilidade dos fundos de ações. No ano, os tipos mais representativos desta classe acumulam retornos negativos. (Com Anbima)

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