Bitcoin vai a máxima de 2018 e encosta nos R$ 85 mil

5 de novembro de 2020
diyunZhu/GettyImages

O PayPal anunciou em 21 de outubro que passará a realizar transações financeiras com o bitcoin em sua rede de pagamentos

O bitcoin tem fortes altas nesta quinta-feira (5) e opera acima dos US$ 15 mil, com valorização de 6,48% às 16h15, horário de Brasília. Na cotação em reais, a criptomoeda é negociada nas exchanges brasileiras a R$ 84.483,00, alta de 4,53%. A diferença entre os ganhos percentuais no Brasil e no exterior acontece em razão do dólar, que opera em queda contra o real.

Na cotação em dólar, o patamar dos R$ 15 mil para a moeda não era visto desde o início de 2018 e, neste ano, a variação positiva já acumula alta superior a 107%. Em reais, as cotações também batem recordes, com valorização de 188% no acumulado do ano, de acordo com dados do Tradingview.

LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações

Dois principais fatores têm impulsionado o rally nos preços do bitcoin em 2020:

1. Halving

Desempenho do Bitcoin em Real Brasileiro em 2020

O halving basicamente é um processo periódico, que ocorre a cada quatro anos e tem por objetivo reduzir a recompensa pela mineração do bitcoin, deflacionando os preços da criptomoeda.

Em entrevista ao Forbes Money, Valdiney Pimenta, CEO da BitPreço, destaca que o halving é um dos fatores de grande impacto na retomada dos preços do bitcoin em 2020.

“Apesar de ser um movimento técnico, ele acaba atingindo o psicológico das pessoas, tanto é que tivemos um pico nos preços no dia do halving”. Entretanto, a verdadeira pressão técnica ocorre em médio e longo prazo, explica Pimenta, quando os antigos blocos minerados a custos menores acabam e o mercado exige preços maiores para equilibrar a curva de oferta de bitcoin.

Em 2012, depois do primeiro halving, o BTC saiu de US$ 12 em novembro para alcançar US$ 1.100, um ano depois, em 2013. Consecutivamente o segundo halving gerou uma grande alta (cerca de 285%), em maio de 2017.

Os efeitos do halving sobre os preços são sentidos em longo e médio prazo, mas pequenos catalisadores podem impulsionar esse movimento técnico, como foi o caso neste ano da entrada do PayPal no universo das criptomoedas.

2. Entrada do Paypal no mercado

O PayPal anunciou em 21 de outubro que passará a realizar transações financeiras com o bitcoin em sua rede de pagamentos. Mesmo que, no momento, seja possível negociar e armazenar apenas BTCs pela plataforma, a companhia já manifestou interesse em acrescentar pagamentos e transferências com outras criptomoedas no ano de 2021.

Atualmente, o paypal possui 487 milhões de usuários. Enquanto 187 milhões de pessoas no mundo detém algum volume de bitcoin, de acordo com dados do Gassnode.

A entrada de um player com peso global nas negociações de criptos é o catalisador para a correção iniciada pelo halving, segundo o CEO da BitPreço. O PayPal no mercado de criptomoedas tem ainda outros efeitos, do ponto de vista do market share, a companhia tem grande peso e volume no mercado de transações financeiras, e isso pode contribuir para um aumento significativo do número de usuários da criptomoeda.

De acordo com o CEO, “a partir do momento que existem bitcoins ali (no PayPal) guardados, você potencializa o uso e a acessibilidade a milhões e milhões de pessoas”.

Olhando para o futuro, Pimenta acredita que o BTC não só ultrapassará a última máxima histórica em dólares, mas também deve testar novos patamares de preços, mirando a faixa dos US$ 40 mil em longo prazo.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.