Startup chinesa estreia na bolsa de Nova York e faz novo bilionário no país

20 de novembro de 2020
VCG/Getty Images

Uma das lojas da Perfect Diary em Xangai

O empresário de cosméticos Huang Jinfeng juntou-se ao grupo dos bilionários do mundo depois que sua startup de beleza e comércio eletrônico Yatsen Holding abriu capital nos EUA.

A empresa com sede em Guangzhou, que opera as marcas de beleza Perfect Diary, Little Ondine e Abby’s Choice, viu suas ações subirem até 75% em sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York. A empresa, que levantou US$ 617 milhões com a operação, agora está avaliada em US$ 7,8 bilhões. Com 25% de participação na empresa, o CEO e fundador Huang (37), contabiliza um patrimônio líquido de cerca de US$ 3 bilhões, segundo as estimativas da Forbes.

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Fundada há apenas quatro anos, a Yatsen conseguiu se destacar no mercado de beleza da China com preços competitivos e uma estratégia inteligente de mídias sociais. A empresa corta a etapa de distribuição para vender produtos como sombra para os olhos e delineadores por US$ 4,5 diretamente para o consumidor final.

A Yatsen aposta em celebridades e influenciadores para impulsionar as vendas em plataformas de mídia social, como o aplicativo de vídeos curtos Douyin e o Sina Weibo, a versão chinesa do Twitter.

Para Sofya Bakhta, analista da empresa de pesquisa Daxue Consulting, com sede em Xangai, embora a estratégia de marketing digital não seja nova, a Yatsen garantiu a liderança do mercado e se tornou um “concorrente relevante” de marcas ocidentais convencionais como a L’Oreal.

“A estratégia gerou rapidamente o reconhecimento da marca e construiu a reputação da empresa no mercado local”, diz ela. “A empresa oferece preços muito acessíveis, trabalha o marketing fortemente e, além disso, é uma marca nacional chinesa –o que evoca orgulho e sentimento patriótico entre os clientes do país.”

Segundo dados da companhia, no ano passado, as receitas da Yatsen cresceram quase cinco vezes, para US$ 446 milhões, em comparação ao ano de 2018. Ainda que os resultados sejam promissores, empresa não está imune à pandemia. Suas 200 lojas físicas foram forçadas a fechar devido a regras de isolamento social, e a marca enfrenta diminuição no ticket médio do consumidor à medida que a economia chinesa se recupera gradualmente.

Além disso, enquanto Huang busca engajar mais os clientes aumentando o investimento no marketing, a Yatsen relatou um prejuízo de US$ 170 milhões entre 30 de janeiro e 30 de setembro de 2020 (em comparação ao lucro de US$ 4,4 milhões no mesmo período de 2019). A receita cresceu 73%, para US$ 482 milhões, uma taxa mais lenta do que o esperado, segundo dados da companhia. A empresa atribuiu ao impacto negativo à crise sanitária de Covid-19.

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Huang parece ter bagagem para enfrentar as condições desfavoráveis ​​do mercado: Bacharel em comércio internacional pela Sun Yat-sen University em 2007, o empresário trabalhou como gerente de pesquisa de mercado na P&G, em Guangzhou, por quatro anos. Depois de deixar a empresa, Huang foi vice-presidente por cinco anos da Hunan Yujiahui Cosmetics, companhia conhecida pela marca de cuidados com a pele Unifon.

Foi também em 2016 que o empresário decidiu criar a Yatsen Holding, que recebeu o nome de sua alma mater Sun Yat-sen University. Segundo as mídia locais, os outros dois cofundadores, o diretor de operações Chen Yuwen e o diretor de vendas Lyu Jianhua, são amigos de graduação de Huang. Ambos também acumularam quantias consideráveis ​​de fortuna: a participação de 7,6% de Chen vale agora US$ 929 milhões e a participação de 3,5% de Lyu US$ 425 milhões, com base no levantamento da Forbes.

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