Durante todo o mês, estrategistas de renda variável apontaram um movimento peculiar de rotação nas carteiras de ações, com investidores migrando das ações de ‘crescimento’, que têm como exemplo os papéis de tecnologia, para ativos de ‘valor’ e ‘cíclicos’, com maior peso no Ibovespa.
Mas o que é essa rotação e por que observamos esses movimentos no mercado? A rotação setorial pode ser definida como uma estratégia de investimentos com o intuito de equilibrar a exposição a alguns setores da economia por um determinado período. O objetivo é obter o maior retorno sobre os investimentos em ações. Essa estratégia busca analisar e selecionar os setores que podem ter mais crescimento, de acordo com as perspectivas do ciclo econômico para a economia do país.
A análise das fases de um ciclo econômico é uma ferramenta essencial para auxiliar a tomada de decisão do investidor, já que a capacidade de crescimento e performance de uma empresa em um determinado segmento da economia depende, em grande parte, da realidade do país.
Nesse sentido, olhar para o risco soberano, câmbio, juros, oferta de crédito e incentivos setoriais são alguns dos principais aspectos que influenciam diretamente a formação de expectativa de mercado.
Os ciclos econômicos são divididos em quatro fases: início de expansão, pico de expansão, início de recessão e vale de recessão.
A resposta sobre qual setor pode gerar melhores resultados em cada fase de um ciclo econômico é muito discutida entre os economistas, mas uma abordagem comum – principalmente nos Estados Unidos onde a estratégia de rotação de carteira é muito utilizada – é a seguinte:
Início de expansão: Indústria, Materiais, Bens de consumo, Setor imobiliário e Serviços.
Pico de expansão: Serviços financeiros, Consumo discricionário, Saúde e Tecnologia.
Vale de recessão: Serviços de utilidades públicas
Como explicado, não existe um consenso entre os economistas. Há vertentes que defendem, por exemplo, estratégias complementares, como a “The Investment Clock”, criada pelo banco norte-americano Merrill Lynch, em 2004.
Nesse tipo de estratégia, os setores são separados para uma análise em cada fase da economia e os retornos médios de cada empresa, que levam em conta o crescimento potencial no futuro, são base para uma análise mais profunda. Assim, nessa estratégia, além de se levar em conta os aspectos macroeconômicos, é possível realizar uma leitura mais completa e segura para uma rotação setorial de carteira.
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