Goldman Sachs faz previsões para a economia dos EUA em 2021

13 de janeiro de 2021
Getty Images

Banco norte-americano analisa os impactos das eleições para a economia dos Estados Unidos e, consequentemente, do mundo

Apoiado por um Congresso controlado pelos democratas, o presidente eleito Joe Biden deve priorizar um pacote de estímulo de base ampla assim que assumir o cargo em 20 de janeiro, ajudando no crescimento do PIB norte-americano e impulsionando o mercado de ações em 2021, acreditam os analistas do Goldman Sachs. O crescimento, no entanto, pode ser moderado, assim que os prováveis ​​aumentos de impostos dos democratas entrarem em vigor no próximo ano.

O fator principal para as expectativas do banco de investimento é outra rodada de estímulo fiscal, totalizando cerca de US$ 750 bilhões, que inclui aproximadamente US$ 300 bilhões em cheques diretos às famílias do país, US$ 250 bilhões em socorro aos estados e municípios e US$ 150 bilhões para a extensão do seguro desemprego.

O pacote adicional deve ajudar a elevar o crescimento do PIB no ano para cerca de 6,4%, acima das expectativas anteriores de crescimento de 5,9%, disseram analistas do Goldman em nota aos clientes no domingo (10).

O crescimento do PIB mais rápido do que o previsto ajudará a taxa de desemprego – que permaneceu estável em dezembro em 6,7% – a chegar no final de 2021 em 4,8%, melhor do que o esperado anteriormente, mas ainda mais alto do que os níveis pré-pandemia, abaixo de 4%.

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O Sachs também espera que as empresas no S&P 500 aumentem seus ganhos em 31%, mas um provável aumento de impostos corporativos entrando em vigor em 2022 impactaria os lucros das companhias em aproximadamente 10% em relação aos resultados esperados.

“Mais gastos fiscais, aceleração no crescimento econômico e menor recuo na atividade levarão a uma inflação e taxas de juros mais altas”, disseram os analistas, prevendo um aumento de 1,8% no preço médio de bens e serviços neste ano.

O Goldman projeta que o S&P 500 suba para cerca de 4.300 pontos até o final do ano, dando ao índice 13% de alta em relação aos níveis atuais, após avançar 16% em 2020.

“Como tudo que aconteceu em 2020, a dinâmica eleitoral não foi normal: o controle do Senado dos EUA – representando a diferença entre um governo federal unificado ou dividido – dependeu do resultado do segundo turno na Geórgia”, afirmou um grupo de analistas do Goldman, liderados por David Kostin. “Neste caso, o cenário político não era apenas local, já que as eleições estaduais tiveram consequências nacionais de imensa importância em termos da agenda legislativa que Biden será capaz de implementar em seus primeiros dois anos de mandato.”

Biden aposta em um aumento da alíquota dos impostos corporativos de 21%, para 28%, mas esse aumento pode ser ousado até mesmo para alguns membros de seu próprio partido. O Goldman observa que o senador Joe Manchin é o “democrata mais conservador do ponto de vista fiscal” e, provavelmente, deverá influenciar mudanças políticas mais moderadas, dada a maioria frágil dos democratas no Senado (incluindo um voto de desempate da vice-presidente, Kamala Harris). O banco estima que qualquer aumento de impostos neste ano poderá gerar cerca de US$ 750 bilhões em receitas governamentais em 10 anos, abaixo dos US$ 3 trilhões projetados sob uma alíquota corporativa de 28%.

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