Ibovespa fecha 6º pregão consecutivo em queda e já perde 2,63% em 2021

27 de janeiro de 2021

O Ibovespa terminou o pregão desta quarta-feira (27) novamente em queda, recuando 0,50% aos 115.882 pontos, acompanhando a correção dos ativos no exterior e o sentimento de cautela no mercado doméstico frente às incertezas políticas e econômicas trazidas pela pandemia. No acumulado de cinco dias, o índice brasileiro tem retração de 3,15%. Em 2021, a queda é de 2,63%.

Na visão do sócio da Manchester Investimentos, Eduardo Cubas Pereira, dúvidas relacionadas à vacinação contra a Covid-19, incluindo a eficácia em meio a novas variantes do vírus, e preocupações fiscais continuam pressionando as ações. Para o especialista, no entanto, a realização de lucros na bolsa paulista após o Ibovespa renovar marca histórica no dia 8, quando fechou em 125.076 pontos, é saudável.

Os ruídos políticos seguem no radar do mercado e colaboram para o ambiente de cautela dos investidores. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quarta-feira a interferência do governo na sucessão do comando na Casa e disse que será “muito difícil” encaixar no Orçamento as promessas de liberação de emendas feitas a parlamentares no processo.

Para Maia, não há espaço fiscal para a concretização das promessas nem do governo nem do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

Já o candidato do governo à presidência da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), voltou a defender o compromisso do legislativo com a pauta econômica do governo. “Nós não podemos deixar de no primeiro dia após a eleição (da Mesa) de instalarmos a Comissão Mista de Orçamento, não podemos deixar de andar em conformidade com o Senado para que lá ele comece a analisar a PEC emergencial, tão importante para o espaço orçamentário ficar adequado para que programas sociais e de infraestrutura possam ter espaço.”

Em Wall Street, os índices registraram hoje a maior queda percentual diária em três meses, o movimento de realização de lucros ganhou tração após a divulgação do comunicado de política monetária do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), mantendo as taxas de juros de curto prazo próximas de zero e sem alterações no programa de compras mensais de títulos, reforçando o compromisso de manter esses pilares econômicos em curso até que haja uma recuperação completa da recessão provocada pela pandemia. “A atual crise de saúde pública continua pesando sobre a atividade econômica, o emprego e a inflação, e apresenta riscos consideráveis ​​para as perspectivas econômicas”, apontou o Banco Central dos EUA em comunicado.

O índice Dow Jones terminou o dia em queda de 2,05% aos 30.303 pontos, o S&P 500 perdeu 2,57% aos 3.750 pontos e o Nasdaq registrou variação negativa de 2,61% aos 13.270 pontos.

Em dia de forte aversão global aos ativos de risco, o dólar encerrou a sessão subindo 1,52% e negociado a R$ 5,40 na venda, corrigindo parte do mergulho observado ontem, influenciado por preocupações sobre os rumos da pandemia, vacinações e pela sinalização do Fed.

O dia negativo no exterior elevou novamente a volatilidade no mercado de câmbio doméstico, mantendo o real como a moeda mais volátil do mundo. Na véspera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o prêmio de risco das reformas é um dos fatores por trás desse fenômeno e que as expectativas em torno das eleições para as presidências da Câmara e do Senado também têm afetado os preços da moeda.

Analistas do Barclays esperam que o vaivém nos preços do dólar persista, embora considerem que o real tem espaço para alguma recuperação caso o cenário fiscal de 2021 fique mais claro.

Nos indicadores, dados do Banco Central divulgados nesta manhã mostram que o Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 5,393 bilhões em dezembro, após oito meses consecutivos de superávit. Com isso, o déficit em 12 meses passou a 0,87% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 2,70% em 2019. Os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram US$ 739 milhões. (Com Reuters)

DESTAQUES DO IBOVESPA

Maiores Altas
CIEL3: +13,35% a R$ 4,16
AZUL4: +5,49% a R$ 39,95
EZTC3: +4,04% a R$ 36,83
ENGI11: +3,92% a R$ 49,54
GOLL4: +3,74% a R$ 23,04

Maiores Baixas
SUZB3: -5,89% a R$ 62,30
TOTS3: -4,55% a R$ 28,74
GNDI3: -3,78% a R$ 94,83
KLBN11: -3,75% a R$ 28,20
HAPV3: -3,69% a R$ 17,24

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