“Todos os participantes” na sessão concordaram que o Fed deveria se comprometer a deixar o programa em vigor até que houvesse “progresso adicional substancial” em direção às metas do Fed para a economia.
“Quase todos” preferiram manter intacto o atual mix de ativos comprados, em vez de focar, por exemplo, em títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) de longo prazo, como alguns analistas têm defendido, segundo a ata.
Essa descrição pode oferecer aos formuladores de política monetária ampla latitude para começar a contemplar as mudanças no programa de títulos nos próximos meses se, por exemplo, a distribuição de uma vacina contra o coronavírus levar a uma recuperação mais rápida do que o esperado.
A única exigência que os formuladores de política monetária concordaram foi na necessidade de sinalizar onde se encontram nesse debate “bem antes do tempo” que a recuperação pode realmente justificar uma mudança nas compras mensais no montante de US$ 120 bilhões.
A decisão do Federal Reserve nas reuniões dos dias 15 e 16 de dezembro em manter suas aquisições mensais de títulos inalteradas desanimou analistas e investidores, que pensaram que o banco central deveria ter expandido o programa para apoiar, de uma forma melhor, a economia durante a pandemia do coronavírus.
Nos últimos dias, as autoridades do Fed já começaram a esboçar a próxima fase das suas discussões – um debate que provavelmente irá depender do sucesso do país em aplicar vacinas contra o coronavírus em seus 330 milhões de habitantes.
“Quanto mais rápido tivermos isso sob controle, mais robusta será a recuperação”, afirmou o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, em uma entrevista à Reuters nesta semana. “Só temos que atravessar este momento, continuar a seguir as recomendações de saúde pública e tentar minimizar a propagação”, enquanto a vacina é distribuída.
Bostic disse acreditar ser possível que, no fim da primavera ou do verão (hemisfério norte), as empresas que tiveram as atividades interrompidas e as pessoas que foram mantidas em casa em razão da pandemia possam retomar “tipos mais normais de interação…a metade do ano será bastante forte”.
Em dezembro, o Fed afirmou que manteria essas compras “até que um progresso substancial fosse feito” no sentido de a economia retornar ao pleno emprego e elevar a inflação para a meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária. Bostic afirmou sentir que a condição pode ser satisfeita “em pouco tempo” neste ano se a vacinação for bem-sucedida. (Com Reuters)
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