Michael del Castillo, Jeff Kauflin, Steven Ehrlich e Antoine Gara
12 de janeiro de 2021
Reprodução/Forbes
No ano passado, o mercado de ações desafiou fundamentos e deu à maioria dos investidores um motivo para sorrir, mas ninguém sorriu mais do que os investidores em bitcoin
No mundo do investimento, o dinheiro fala. Durante a última década, os verdadeiros entusiastas da revolução das criptomoedas transformaram o que há tempos era considerado algo estranho no mundo financeiro, na próxima classe de ativos de trilhões de dólares.
Cameron Winklevoss é um empresário de criptomoedas que, ao lado do seu irmão gêmeo, Tyler, processou o Facebook, alegando que Mark Zuckerberg roubou sua ideia de rede social. Em 2012, os irmãos pegaram o dinheiro recebido por Zuckerberg e investiram em bitcoins. Eles foram ridicularizados durante anos. Dois remadores formados em Harvard em busca de fama e fortuna com moedas digitais –ao lado de nerds, anarquistas e especuladores. Agora, o bitcoin sobe a novos patamares e puxa uma debandada de seguidores das finanças tradicionais e da sociedade.
“O bitcoin ultrapassou o Facebook em capitalização de mercado”, tuitou Cameron Winklevoss, enquanto a moeda digital disparava mais de US$ 40 mil, depois subiu para mais de US$ 41 mil na sexta-feira (9). Winklevoss acrescentou: “Faz sentido que uma rede de dinheiro seja mais valiosa do que uma rede social”. Claro, os irmãos Winklevoss ainda têm muito o que recuperar, já que Mark Zuckerberg tem uma fortuna avaliada em US$ 94 bilhões. A ameaça, no entanto, não é exatamente equivocada: com a recente disparada da criptomoeda, a Forbes estima que cada um dos gêmeos possui US$ 1,4 bilhão em ativos digitais. Na manhã de ontem (11), a moeda valia mais do que o dobro do valor contabilizado um mês atrás.
No ano passado, o mercado de ações desafiou fundamentos e deu à maioria dos investidores um motivo para sorrir, mas ninguém sorriu mais do que os investidores em bitcoin. Embora o S&P 500 tenha saltado 17% desde no início de janeiro de 2020, o bitcoin teve um pico de 400% nesse mesmo tempo, rompendo US$ 40 mil por moeda e levando consigo outros ativos digitais para sua maré em alta. Todas as criptomoedas agora valem juntas mais de US$ 920 bilhões, segundo o site de pesquisa de criptomoedas Messari.
Um fator chave para impulsionar o frenesi foi a pandemia do coronavírus, que fez o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) imprimir trilhões de dólares com o objetivo de estimular a economia e evitar uma recessão no país. Como resultado, os investidores passaram a olhar cada vez mais para o bitcoin como uma proteção contra a inflação. Ao contrário do que aconteceu em 2017, quando o BTC disparou de US$ 1 mil para US$ 19 mil impulsionado por investidores do varejo, o recente aumento é sustentado por um grande volume de investimentos institucionais e por uma proliferação de soluções para compra e armazenamento de criptomoedas.
Em 2020, a gigante de pagamentos Square usou US$ 50 milhões de fundo corporativo para comprar bitcoins –um investimento agora avaliado em US$ 161 milhões. O bilionário do fundo de hedge, Paul Tudor Jones, disse que 2% de seus ativos estavam em criptomoedas, e a gigante de private equity, Northern Trust, revelou planos para facilitar que seus clientes armazenem bitcoin e outras criptos como ethereum, XRP, litecoin e bitcoin cash. O PayPal já permite que seus 300 milhões de clientes comprem bitcoin e utilizem a moeda digital como forma de pagamento em qualquer um dos 26 milhões de comércios em que está presente.
Ao longo do caminho, alguns investidores de criptomoedas ganharam muito dinheiro. Pelo menos cinco deles passaram recentemente para o seleto grupo dos bilionários. A Forbes identificou alguns dos grandes vencedores do último boom dos criptoativos. Embora não seja um ranking completo, é possível verificar o quanto algumas fortunas dispararam. Para esta lista, incluímos apenas os investimentos em criptomoedas.
Veja, na galeria de imagens a seguir, os maiores bilionários das criptomoedas
Todas as cotações das criptomoedas são de 11 de janeiro de 2021 às 8h ET. Para a última lista de bilionários em criptomoedas da Forbes, de fevereiro de 2018, calculamos o valor das participações dos empresários e seus investimentos em criptomoedas.