Como uma típica empresa familiar, todos ajudavam no desenvolvimento, inclusive Sisson que, aos 17 anos, começou a atuar como auxiliar de escritório. No entanto, dois anos depois, seu pai sofreu um acidente de carro e seu tio desistiu do negócio, o que fez com que o jovem tivesse de assumir o comando da empresa. “Eram mais de 100 funcionários para dirigir e eu tinha menos de 20 anos. Foi uma experiência interessante, para não dizer traumática”, brinca o empreendedor, que precisou lidar com diversas dívidas e erros de gestão.
LEIA TAMBÉM: Como os irmãos Zanon escaparam da falência e hoje faturam meio bilhão
“Eu não tinha noção de que continuaria trabalhando com piscinas. Estava determinado a seguir outro rumo”, relembra o empreendedor, que foi surpreendido por ex-clientes que pediam sua volta aos negócios. “Em 1995, por insistência de conhecidos, elaborei um plano para iniciar uma nova fábrica de piscinas com mais cinco sócios. Eu seria o gestor apenas inicialmente e, depois de receber determinado valor, seguiria minha vida e deixaria a gestão com eles. Não estava disposto a tocar outra empresa no setor.”
Na época, Sisson não imaginava que, em poucos meses, mergulharia de cabeça na nova empresa e desistiria do plano de abandoná-la. Em pouco tempo, já estava virando noites acordado pensando no nome ideal para o negócio. “Marcas de piscinas sempre tem nomes parecidos, nós queríamos um bem diferente e brasileiro. Eu comprei um dicionário de tupi-guarani e passei a ler para ver se surgia uma ideia”, conta, entre risadas. Com Indústria da Piscina como nome provisório, as reuniões eram marcadas por discussões em busca de uma nova nomenclatura mais chamativa.
“Lendo o dicionário, descobri que ‘ig’ significava água e me encantei pela simplicidade”. Para Sisson, já estava mais do que decidido que esse seria o nome da empresa. No entanto, o Internet Group, provedor de acesso à internet banda larga conhecido como IG, tinha acabado de chegar ao Brasil e se destacava no mercado. “Para não ficar igual, decidimos acrescentar mais duas vogais no final, formando iGUi”, explica o empreendedor.
O crescimento sem modelo de franquias surpreendeu um especialista da área, que conversou com Sisson sobre a facilidade que eles teriam de implementar o sistema. “Ele entrou em contato comigo e disse: ‘Você tem um esquema de franchising pronto. Só falta fazer os contratos e começar a ganhar royalties’. Achei que era bom demais para ser verdade”, lembra o empreendedor, que em três meses colocou a nova formatação em prática. Atualmente, a iGUi tem cerca de 800 franquias e está presente em mais de 30 países, incluindo Argentina, México, Portugal e Estados Unidos.
O melhor dos 25 anos
Em 2020, a iGUi obteve um faturamento de R$ 952 milhões, quase alcançando o marco do bilhão. Segundo Sisson, foi o melhor ano de vendas dos 25 anos de trajetória da empresa, o que pode ser notado pelos últimos dados divulgados com exclusividade para a Forbes. “Em dezembro, tivemos uma alta de 277% nas vendas frente ao mesmo mês de 2019. Durante o ano, também aumentamos em 70% nossa equipe de atendimento ao cliente por conta do aumento da procura.”
VEJA MAIS: A história da sorveteria de bairro em Minas que virou franquia milionária
Para Sisson, a explicação do fenômeno está no fato de que as pessoas tiveram de passar mais tempo em casa por conta da pandemia. No mais, a busca por casas no interior ou no litoral cresceram perceptivelmente no período. “Agimos muito rápido ao identificar essa mudança de mercado. Em março, primeiro mês de paralisações, nós já começamos a preparar nossos funcionários para orçamentos online. Não podíamos parar de vender”, destaca.
O empresário também ressalta a importância de observar os passos do mercado para poupar problemas no futuro. Segundo a Anapp, no segundo semestre do ano, devido à escalada das temperaturas com a chegada do verão e o consequente aumento da demanda, o setor foi duramente atingido pela falta de insumos e pela elevação dos preços que impactam nos custos de produção. “Isso nos impediu de ter um resultado ainda melhor no ano de 2020”, diz Flávio Mattos, diretor de comunicação da associação. Para Sisson, que foi às compras em maio visando o aumento da procura por conta do calor, os problemas de abastecimento não atrapalharam o resultado final da empresa.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Tenha também a Forbes no Google Notícias.