No documento, o BC disse que a estimativa reflete, de um lado, o carregamento estatístico para o PIB anual maior do que o esperado e a manutenção da atividade econômica em nível elevado no início deste ano e, de outro, o recrudescimento recente da pandemia.
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Projeção de superávit
O BC passou a projetar um superávit nas transações correntes do país em 2021 de US$ 2 bilhões, o equivalente a 0,2% do PIB, no que seria o primeiro resultado positivo das contas externas desde 2007, mostrou o Relatório Trimestral. A projeção anterior, de dezembro, era de um déficit de US$ 19 bilhões e a revisão refletiu uma melhora na estimativa para a balança comercial.
A expectativa do BC é que a balança comercial feche este ano com superávit de US$ 70 bilhões, ante US$ 53 bilhões estimados antes, com as exportações chegando a US$ 256 bilhões, valor que se equipara ao recorde da série histórica registrado em 2011.
A projeção para o investimento estrangeiro direto no país foi mantida em US$ 60 bilhões para o ano. Segundo o BC, as surpresas positivas nas entradas de empréstimos intercompanhia no início do ano compensam a perspectiva de recuperação mais lenta da conta de participação de capital.
Crescimento do crédito
O BC também projetou um crescimento do crédito no país de 8,0% este ano, ante projeção de 7,8% feita em dezembro. Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 11,5% em 2021, contra expectativa anterior de 10,6%. Para as empresas, a alta foi calculada em 3,4%, ante 4,2% no último relatório.
Política monetária
No que diz respeito à política monetária, o documento repetiu diagnóstico feito na ata do Comitê de Política Monetária, divulgada na última terça-feira (23).
Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros pela primeira vez desde 2015, em 0,75%, e indicou que deve promover nova alta desse mesmo valor em maio, ressaltando preocupações com a piora das projeções para a inflação.
Quanto à taxa de câmbio brasileira, o BC avalia que a maior volatilidade observada desde o final do primeiro bimestre de 2020 deve-se a fatores domésticos e externos, mas o entendimento é que o diferencial de juros tem um peso relativamente pequeno no fenômeno.
No relatório divulgado hoje (25), o BC destacou que os aumentos na volatilidade cambial “contribuem para maior incerteza macroeconômica, prejudicando a formação de expectativas dos agentes econômicos em relação ao futuro da economia e à condução apropriada de políticas públicas”.
“Um câmbio volátil desincentiva investimentos externos e prejudica importadores e exportadores ao dificultar o planejamento dos agentes econômicos”, afirma o documento.
No caso do diferencial de juros (diferença entre a taxa básica de juros praticada no país e a média dos juros nas principais economias), o BC nota que, no período observado, a relação caiu 0,32%, o que deveria gerar um aumento de apenas 0,13% na volatilidade, “entretanto, nesse período, a volatilidade do câmbio aumentou 9,77%, de 10,98% para 20,75%”, diz o BC. (com Reuters)
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