O contraste nos números, obviamente, não elimina a relevância e impactos do crescimento na atividade brasileira para os diferentes setores da economia, em especial o de seguros, mas revela uma estratégia de aquisições e investimentos em tecnologia que deram à Alper capacidade de crescer em um período desafiador para o setor. No último ano, três aquisições foram realizadas: Vertex por R$ 22,1 milhões, Transbroker por R$ 58,05 milhões e Next Marka, por R$ 22,8 milhões. Nas primeiras semanas de 2021, a companhia anunciou ainda a compra da Ferfi Consultoria, por R$ 35,2 milhões. Considerando os últimos três anos, a estratégia de consolidação inclui ainda nomes como KB Consultoria, Supera e EcoVerde.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
Segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), o Brasil possui mais de 46 mil corretoras de seguros e 58 mil profissionais trabalhando no setor como pessoa física atuando, principalmente, em produtos como planos de previdência complementar e de capitalização. “Existe um número muito grande de oportunidades de consolidação nesse mercado, e a gente tem um modelo de consolidar que tem funcionado”, explica o executivo ao citar o processo de integração interno da companhia, que prevê total incorporação das empresas adquiridas no prazo de até seis meses.
Tech em pauta
A consolidação é hoje um dos pilares de negócios da Alper, mas não o único. Para crescer, a empresa mirou também no desenvolvimento de tecnologias proprietárias e aceleração de startups. Um dos seus principais produtos, o Dr. Alper, plataforma de healthtech da empresa, já realizou mais de 26 mil consultas em ambiente digital. O uso da ferramenta, voltada principalmente à atenção primária em saúde, foi impulsionado pela pandemia no último ano, disponibilizando a oferta de serviços em telemedicina, telepsicologia e telenutrição. De acordo com a Alper, os reajustes anuais dos contratos de saúde de baixo risco das empresas que utilizam a plataforma tiveram queda média de 38,8%, com impacto de R$ 21,3 milhões.
Seguro nacional
O contexto desafiador da economia doméstica, agravado pela pandemia de Covid-19, não deve ser fator limitante para o crescimento dos seguros no Brasil. Isso porque, segundo o CEO da Alper, o mercado nacional ainda tem baixa penetração de seguros na comparação com economias desenvolvidas. O executivo projeta que o setor deve dobrar de tamanho nos próximos dez anos, com suporte, entre outros fatores, da maior educação financeira dos brasileiros e da demanda por produtos ainda incipientes no Brasil, como seguros voltados para ciberameaças.
Segundo relatório da Susep, o setor de seguros respondeu em 2019 por 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com potencial de atingir participação entre 6% e 10%, fatia observada em mercados de seguros mais maduros.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Tenha também a Forbes no Google Notícias.