Plano de US$ 3 trilhões para recuperação da economia de Biden será dividido em duas propostas

30 de março de 2021
AFP/GettyImages

Os detalhes da primeira parte do plano, focado em investimentos em infraestrutura, serão divulgados amanhã pelo presidente dos EUA

O “Build Back Better”, nome do esperado pacote do presidente Joe Biden, é uma continuação do “American Rescue Plan” – estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão recentemente aprovado -, e será dividido em duas propostas legislativas separadas, de acordo com anúncio da Casa Branca de domngo (28). Os detalhes sobre os novos investimentos em infraestrutura (a primeira parte do plano) serão lançados na próxima quarta-feira (31), e que há mais por vir sobre investimentos em saúde e em creches no final de abril.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse em entrevista à Fox News que o presidente vai apresentar a primeira parte do plano Build Back Better em Pittsburgh, cidade localizada no estado da Pensilvânia, na quarta (31), confirmando relatos da divisão do plano em duas propostas.

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O presidente “terá mais a dizer no final de abril a respeito da segunda parte do seu plano de recuperação”, que deve incluir medidas voltadas à saúde e creches, disse a secretária, acrescentando que “essa é uma crise atual em função do número de mulheres que deixaram a força de trabalho.”

Biden também deve apresentar “algumas alternativas de financiamento (do pacote) e está ansioso para ouvir ideias de ambas as partes”, afirmou, sem mencionar o possível aumento de impostos, mas provavelmente referindo-se à proposta de campanha do presidente de aumentar a alíquota de impostos corporativos de 21% para 28%.

Embora a secretária não tenha dado mais detalhes sobre o aumento dos tributos, as autoridades estão discutindo o aumento de impostos sobre os super-ricos a partir da elevação do imposto mínimo global (um imposto internacional cobrado de empresas multinacionais) de 13% para 21%, eliminando subsídios para empresas de combustíveis fósseis e impondo tributos sobre empresas multinacionais.

“Nós não estamos completamente certos acerca da estratégia legislativa ainda, mas eu não acredito que os republicanos e o país acham que deveríamos ser o 13° país do mundo em infraestrutura, estradas e rodovias”, afirmou Jen ontem. “O presidente falará muito sobre essa questão na quarta (31). Ele terá outra proposta a ser apresentada em apenas algumas semanas, abordando uma série de questões que os norte-americanos estão lutando: cuidados infantis e o custo com a saúde.”

Segundo o The New York Times, Biden pode estar prestes a “inaugurar o maior aumento de impostos federais desde 1942” e isso deve dificultar a adesão dos republicanos ao plano. Em nota aos clientes na sexta-feira (26), o especialista de mercado Adam Crisafulli, fundador do Vital Knowledge Media, afirmou que “os investidores devem estar preparados nas próximas semanas para possíveis aumentos de impostos, embora as alíquotas não devam aumentar drasticamente”, dada a oposição que grandes aumentos enfrentarão em um Senado dividido com uma composição de democratas moderados.

Os legisladores republicanos já anunciaram uma oposição antecipada ao plano de Biden. “Essa é uma péssima maneira de fazer política tributária”, disse o senador republicano John N. Kennedy na semana passada sobre os aumentos de impostos voltados especificamente para os norte-americanos mais ricos. “Você não faz política tributária baseado em classes sociais.” Outros parlamentares sugeriram que não negociariam nenhuma das duas propostas se fosse usada a reconciliação, um processo orçamentário que permite a aprovação da legislação apenas com maioria de votos simples. “É uma estratégia bastante complicada tentar apelar aos republicanos nas propostas de infraestrutura e depois fazer a reconciliação para aprovar todas as outras coisas difíceis”, disse o senador republicano John Thune na última terça-feira (23).

As duas propostas do plano devem somar US$ 3 trilhões e é provável que esses gastos sejam divididos em cerca de 10 anos.

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