Por que a Beyond Meat se parece muito mais com a GameStop do que a Tesla

1 de março de 2021
Reprodução/Forbes

A Beyond Meat deve atingir números recordes de receita no final do ano quando relatar os lucros do quarto trimestre na quinta-feira, após o fechamento dos mercados

As ações da Beyond Meat têm sido uma viagem emocionante para os investidores nos últimos 12 meses. Elas caíram para US$ 54 depois que a empresa informou os lucros de 2019 há um ano, apenas para atingir um pico de US$ 194 em 2020 em outubro – no final do dia da sexta (26) estavam em US$ 146, um dia após a divulgação dos resultados do quatro trimestre.

No mês passado, no mesmo dia em que anunciou uma joint venture com a PepsiCo para criar novos tipos de snacks, as ações saltaram 40%, para US$ 221. A notícia surgiu no momento em que um exército de investidores anônimos fazia as ações da GameStop dispararem, infligindo bilhões de dólares em prejuízos às instituições que apostavam contra e eram forçadas a lutar para cobrir suas posições. O volume de negócios atingiu um pico de 33 milhões de ações em 26 de janeiro, antes de cair para 4 milhões dois dias depois. No final do mês, as posições vendidas caíram de uma alta de 27% para 13%.

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A empresa ainda está em boa posição, com uma avaliação de US$ 9 bilhões, que lhe dá um múltiplo colossal de 23 vezes a receita, quase o mesmo que a receita 24 vezes da Tesla. Para fins de perspectiva, isso é apenas US$ 5 bilhões a menos do que a quantidade total de proteína vegetal vendida em 2019, de acordo com o Barclay’s. O elevado múltiplo é baseado no momentum: o Barclays estima que as alternativas de carne podem chegar a 10% das vendas totais de carne, ou US$ 140 bilhões, em 2029, o que seria uma taxa composta de crescimento anual de mais de 25%.

A companhia, embora cresça em um ritmo saudável, está longe de suas taxas de crescimento históricas. Os analistas esperam que a receita de fim de ano chegue a US$ 400 milhões, um aumento projetado de 37% em relação a 2019. As vendas de proteínas vegetais, que representam apenas 1% das vendas totais de carne hoje, aumentaram 238% no mesmo período e mais que dobraram em nos dois anos anteriores. As compras de pânico no segundo trimestre foram seguidas por resultados mais discretos no terceiro trimestre de 2020, quando as vendas da Beyond Meat cresceram apenas 2,7% no geral. A Beyond também enfrenta dificuldades em restaurantes e instituições, que respondem por cerca de 12% das vendas. Dos 42 mil restaurantes que oferecem seus produtos, as vendas cresceram apenas 4% nos 12 meses encerrados em 30 de setembro de 2020, após ganhos de mais de 200% em 2018 e 2019.

A Beyond também não teve tanto sucesso em grandes redes de fast food nos Estados Unidos, com exceção de Dunkin e Pizza Hut, contrastando com seu principal concorrente, Impossible, que tem parcerias com Burger King, Cheesecake Factory e Disney, mas mal havia focado em mercearias até este ano. No mercado externo, a Beyond trabalha com Starbucks, KFC e Subway. A empresa também espera os resultados de um teste com a rede Taco Bell.

Enquanto vislumbra uma potencial implantação no McDonald’s e maior expansão internacional, a Beyond tem um trabalho difícil. Também há grandes esperanças no acordo com a Pepsi, que provavelmente será um ponto focal de ganhos para o CEO, Ethan Brown, mas cujos resultados ainda não se sabe. É difícil ver o que pode sair de uma parceria com a Beyond Meat, além de talvez jerky beef ou outros snacks vegetais extrusados. “Temos grandes aspirações para a joint venture”, disse o diretor comercial da PepsiCo, Ram Krishna, no início deste mês. “Esperamos poder entrar em várias categorias, não apenas em uma.”

 

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