Em entrevista à Bloomberg TV norte-americana, Campos Neto afirmou que, apesar de volatilidade, a trajetória do real nas últimas semanas tem estado estável. “Para nós, o importante não é o real, trabalhamos sob um sistema de câmbio flutuante. O importante é como o real contamina o canal de inflação para a inflação de curto prazo e para elevar expectativas. Estamos vigilantes quanto a isso e agiremos se necessário”, afirmou.
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Ao comentar intervenções do BC no mercado de câmbio, Campos Neto disse que a autoridade “nunca fez vendas regulares” da divisa norte-americana, mas que, quando avalia que há disfunções no mercado, calcula o volume necessário de intervenção.
Questionado, ele disse que o BC não considera “instrumentos extras” para estabilizar o mercado de câmbio. “De novo, no mercado de câmbio, nós pensamos que a taxa é flutuante. Então, intervimos quando julgamos que há uma disfunção de modo que afeta seu trading. Mas nós não miramos um nível, nós não temos um nível à mente”, disse.
Ao ser questionado sobre a taxa neutra de juros, o presidente do BC afirmou que o país ainda demanda condições estimulativas em razão do enfrentamento à pandemia, mas que a questão gira em torno de “quão estimulativo” os juros precisam ser.
Risco fiscal
Ao comentar o risco fiscal do país, o presidente do BC disse ser “muito importante” emitir uma mensagem de disciplina fiscal. “Nós acreditamos que o fiscal está impondo um prêmio na curva e esse prêmio contamina expectativas que, ao fim, acaba contaminando a inflação”, disse, fazendo a ressalva de que o país não está em cenário de “dominância fiscal”.
“Nós achamos que, em razão de termos tido gastos muito expressivos enfrentando a pandemia, é importante passar uma mensagem de que tivemos um ano extraordinário, que precisou de medidas extraordinárias, mas nós vamos voltar a convergir para a trajetória fiscal.”
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