No Brasil, possuir um bom score pode ser também a diferença entre o acesso ou barreiras nos produtos de crédito e, cada vez mais, o uso da tecnologia no cálculo é uma ferramenta que além de separar bons e maus pagadores, deve ditar tendências no uso da pontuação no mercado brasileiro. Com 11 anos de história e sete meses de capital aberto, a Boa Vista, que administra o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), é uma das empresas nacionais que vem construindo pelo uso pesado de tecnologias uma ressignificação do score de crédito no mercado brasileiro.
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A primeira aquisição após o IPO foi a da Acordo Certo, empresa que utiliza analytics para aproximar consumidores e credores na negociação de débitos de forma digital, e conta com mais de 57,8 milhões de CPFs cadastrados. A segunda aquisição foi realizada em março deste ano, com a compra da Konduto, companhia especializada em sistemas antifraude que possui mais de 12 milhões de clientes. A transação aguarda apenas aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a previsão da empresa é que a permissão seja concedida ainda neste mês.
Gardel afirma que as compras trazem maior qualidade aos produtos da Boa Vista e colocam a empresa “mais perto do seu objetivo, que é ser o principal provedor de score com produtos baseados em inteligência artificial”.
Outro fruto que a Boa Vista colhe do IPO é o CEA (Centro de Excelência em Analytics), onde serão desenvolvidas soluções inovadoras para o setor, “queremos ter os melhores especialistas”, comenta o CEO.
Para 2021, o CEO aposta em novas aquisições estratégicas: duas apenas para este ano, enquanto outras 20 transações estão no radar da empresa para manter o ritmo de crescimento pautado em tecnologia, além de parcerias que consolidem o aparato tecnológico para atingir 100% das operações em nuvem. “A gente não pode parar”, comenta Gardel.
O mercado de crédito na pandemia
A pandemia foi um marco para a Boa Vista e para o mercado de crédito. Enquanto a empresa – junto a outros players do mercado – se estruturava para oferecer integrar o Cadastro Positivo, sistema que registra digitalmente os pagamentos dos brasileiros, ajudando na construção da pontuação, o mundo entrava na pandemia.
Para 2021, o relatório do Instituto aponta que haverá um declínio na inadimplência, sinalizando boas perspectivas para o mercado de crédito, que já apresenta mínimas históricas na inadimplência de pessoas jurídicas (1,4%) e físicas (4,2%), apesar do contexto.
“A retração econômica não foi tão crítica para a população porque os bancos ampliaram o prazo de renegociação de dívida fazendo com que o número de inadimplentes caísse, mas também houve uma redução no apetite de concessão de crédito”, explica Gardel. A cada 10 fintechs, oito estão cadastradas na Boa Vista, e todas demonstraram dúvidas com relação ao futuro da economia brasileira.
Ainda segundo o executivo, a Boa Vista possui “dois grandes braços, o primeiro é a análise de crédito e o segundo são os produtos de recuperação de crédito”, ou seja, enquanto houver retração de crédito, normalmente existe um aumento da inadimplência, assim, enquanto um lado é afetado, o outro cresce. “O que garante uma balança positiva em nossos serviços”, afirma o CEO.
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