O Ibovespa encerrou o pregão de hoje próximo da estabilidade, recuando 0,02% aos 117.498 pontos, refletindo a queda de braços entre ações de siderúrgicas – impulsionadas pelo desempenho dos preços no minério de ferro com dados positivos sobra a economia chinesa – e do setor bancário, pressionado no contexto doméstico pela incerteza em torno do Orçamento de 2021 em meio ao avanço da segunda onda da pandemia de Covid-19 no país.
O volume financeiro dos negócios somou R$ 28,1 bilhões, mantendo a desaceleração dos últimos pregões, contra uma média diária no mês passado de R$ 36,9 bilhões.
A discussão em torno de uma saída para o Orçamento deste ano, no entanto, segue pressionando o mercado de ações. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que um entendimento em torno do Orçamento deve atender a requisitos políticos, mas também jurídicos. Segundo Guedes, uma solução deve ser anunciada antes do dia 22 de abril, prazo limite para sanção ou veto do texto pelo presidente da República.
Em live do banco Itaú, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou hoje que um eventual acionamento do estado de calamidade para aumentar a margem de gastos do governo durante a pandemia traria mais prejuízos do que ganhos para o país. “Se eu disser que vou para calamidade porque quero gastar R$ 20 bilhões a mais, R$ 25 bilhões a mais, posso te garantir que o efeito econômico do ponto de vista de turbulência nos mercados e nas variáveis macroeconômicas será muito maior do que o efeito que você tem de gastar R$ 25 bilhões a mais”, avaliou Campos Neto.
Em Wall Street, os índices acionários terminaram o dia em queda, com investidores realizando lucros após os robustos ganhos dos últimos dias. Ontem, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam em máximas históricas, impulsionados por dados apontando forte recuperação na economia norte-americana em março.
No fechamento, o Dow Jones recuou hoje 0,29% aos 33.430 pontos, o S&P 500 perdeu 0,10% aos 4.073 pontos e o Nasdaq fechou em baixa de 0,05% aos 13.698 pontos.
O dólar terminou o dia em queda de 1,42%, negociado a R$ 5,59 na venda, mínima em duas semanas, com o real entre os melhores desempenhos do dia numa sessão marcada por fraqueza global da moeda norte-americana.
Na análise do diretor comercial da B&T Corretora de Câmbio, Tulio Portella, o mercado de câmbio vem desde o fim a última sexta-feira em movimento de correção, apesar de ainda operar sob estresse de fatores domésticos, como a pauta fiscal e a pandemia. Com o avanço da vacinação no Brasil, Portella vê o dólar entre R$ 5,10 – R$ 5,20 ao fim do segundo semestre, mas avalia que o alívio pode ser momentâneo com a antecipação do debate eleitoral de 2022. (Com Reuters)
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