A mineradora Vale registrou lucro líquido de US$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre, com um salto na comparação com os US$ 239 milhões do mesmo período do ano passado, impulsionado por alta dos preços do minério de ferro, informou a companhia ontem (26).
O resultado, que superou estimativa feita pela Refinitiv, de US$ 5,06 bilhões, também cresceu fortemente ante o último trimestre de 2020, quando a empresa registrou US$ 739 milhões.
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Ao excluir despesas relacionadas ao rompimento de barragem em Brumadinho (MG) e com doações devido à Covid-19, além ganho não recorrente de transferência de ativos de alumínio, o Ebitda ajustado proforma da mineradora foi de US$ 8,467 bilhões, um recorde para um primeiro trimestre.
O preço médio de finos de minério de ferro realizado pela Vale foi de US$ 155,5 por tonelada (CFR/FOB), aumento de mais de 85% ante os US$ 83,8 por tonelada no primeiro trimestre de 2020.
No primeiro trimestre, a Vale fechou um acordo global relacionado a indenizações coletivas devido ao rompimento de barragem em Brumadinho, em janeiro de 2019, um marco que trouxe previsibilidade jurídica e às despesas que a companhia ainda terá para reparar os danos.
“Estou confiante de que nossos resultados financeiros positivos refletem nossa consistência no cumprimento de nossas promessas do ‘de-risking’ da Vale”, disse o presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, citando o acordo de Brumadinho, a venda das operações de metais básicos da Vale Nova Caledônia e a aprovação de um programa de recompra de ações.
A empresa também pontuou que no primeiro trimestre a Fundação Renova, criada para gerir o ressarcimento dos danos causados pelo rompimento de barragem da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015, acelerou o pagamento às pessoas que não conseguem oferecer provas de danos individuais.
Preços do ferro
A Vale destacou que a elevação dos preços do minério de ferro vem de uma combinação de redução sazonal de oferta no primeiro trimestre, baixos estoques ao longo da cadeia, forte retorno da atividade econômica pós Ano Novo Chinês e a recuperação da atividade econômica fora da China.
“O cenário de oferta insuficiente que levou a um aumento nos preços do minério de ferro ao longo do primeiro trimestre permanece ao longo do segundo trimestre”, disse a companhia.
A Vale produziu 68 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre, alta de 14,2% ante o mesmo período do ano anterior, avançando em seu plano de estabilização e retomada operacional, após diversas paralisações realizadas para aprimorar a segurança de atividades, após grandes desastres com barragens.
Com a força das vendas de minério de ferro, a receita líquida da companhia somou US$ 12,6 bilhões entre janeiro e março, alta de 81% na comparação com um ano antes.
Dívida e caixa
O montante, segundo a companhia, a permitiu amortizar US$ 943 milhões da dívida, resgatando os bonds de € 750 milhões, além de distribuir US$ 3,88 bilhões aos acionistas e pagar US$ 555 milhões para o desinvestimento do problemático empreendimento na VNC (Nova Caledônia).
“Ainda assim, a posição de caixa e equivalentes de caixa aumentou em US$ 465 milhões no trimestre”, disse a empresa.
A dívida bruta da Vale somou US$ 12,176 bilhões no fim do primeiro trimestre, queda de US$ 1,184 bilhão ante o fim de 2020, principalmente devido ao resgate antecipado de bonds, conforme explicou a companhia.
A Vale pontuou que a dívida líquida expandida deve tender ao nível de referência de longo prazo de US$ 10 bilhões à medida que a empresa continua a gerar caixa, cumprir obrigações e compromissos, distribuir dividendos e recomprar ações, explicou a empresa. (com Reuters)
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