O banco agora vê aumento de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021, acima do consenso de 3,2% citado pela instituição e da taxa de 3,52% mostrada na pesquisa Focus do Banco Central divulgada hoje (24).
O crescimento global deverá contribuir com mais de 3,7 pontos percentuais na taxa de expansão do PIB brasileiro neste ano, mas os profissionais do BNP ponderam que os atuais níveis dos preços das commodities sugerem que os prognósticos do banco podem ser até conservadores.
O impulso fiscal vai adicionar 0,4 ponto percentual ao PIB, enquanto a política monetária ainda estimulativa vai somar 2,1 pontos percentuais.
A pandemia de Covid-19, na outra direção, vai retirar cerca de 3,2 pontos percentuais da taxa de crescimento do PIB.
“Nos próximos trimestres, vemos o crescimento global contribuindo positivamente para a economia do Brasil, especialmente no segundo trimestre”, disseram em relatório Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para a América Latina, e Luca Maia, estrategista de câmbio e renda fixa para a região.
“A contribuição da política fiscal pode ser ligeiramente positiva, graças à nova rodada de gastos fiscais relacionados à Covid-19, enquanto a política monetária ainda poderia ajudar, mas em menor intensidade, devido à convergência das taxas em curso para níveis neutros”, acrescentaram.
CÂMBIO, INFLAÇÃO, JUROS
As análises do banco indicam que a relação entre a performance do real e as taxas de “carry” não é linear, mas exponencial. Isso aponta que, conforme a Selic se distancia da mínima histórica de 2%, o impacto sobre a moeda ficará maior.
O BNP recentemente encerrou posição tática comprada em dólar contra o real, depois que a posição técnica saiu de esticada na ponta de venda de dólar para neutralidade, com um preço “justo” para a taxa de câmbio em 5,22 reais por dólar.
O dólar era cotado em torno de R$ 5,32 hoje (24).
Segundo os analistas, o desvio da inflação acima da meta pode ser explicado por inflação importada (preços das commodities em reais) e escassez de oferta de produtos.
Um hiato do produto negativo dá contribuição negativa para a inflação, mas as expectativas acima da meta podem começar a reforçar esse desvio nas medidas de preços.
“Este movimento reforça o argumento para novas altas (de juros). Projetamos taxa de 6,5% em dezembro, ante a de 3,5% atualmente”, finalizaram os profissionais do BNP. (Com Reuters)
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