Thais Ortega, Leonardo Porto e Paulo Lopes, que assinam relatório publicado hoje (27), explicaram que existe evidência empírica sugerindo haver feedback da conta financeira para a taxa de câmbio e da taxa de câmbio para a conta corrente.
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“Portanto, vemos espaço para um real desvalorizado no final do ano mesmo com superávit em conta corrente”, disseram.
Os profissionais lembram que durante o “boom” das matérias-primas anos atrás o real se valorizou junto com melhora da conta corrente, o que pode ter criado uma falsa interpretação de que performances positivas nas transações correntes necessariamente resultariam numa taxa de câmbio mais forte.
No entanto, eles lembram que nesse período a conta financeira também mostrou números mais robustos num mundo de juros mais altos, demanda agregada nas máximas e aversão global a risco nas mínimas, o que beneficiou o balanço de pagamentos do Brasil de todos os lados.
Além disso, do lado dos investimentos em carteira, ainda há impactos decorrentes dos fatores domésticos e externo de incerteza. O Citi lembra que o índice do dólar contra uma cesta de moedas globais deverá subir mais neste ano, diante de perspectivas de normalização monetária nos Estados Unidos, o que eleva riscos de novas saídas de capitais do Brasil.
“Ao contrário das perspectivas atualmente construtivas para a conta corrente, os fundamentos macroeconômicos (taxas de crescimento mais baixas, taxas de juro mais baixas, maior avaliação do risco, perspectivas de fortalecimento do dólar à frente) dificultam um melhor desempenho da conta financeira, especialmente nos investimentos de carteira.”
“Em outras palavras, significa menos recursos financeiros externos entrando na economia e reforça nosso cenário de dólar a R$ 5,58 até o final de 2021”, concluiu o Citi.
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