Ibovespa abre em queda em dia de preocupação global com inflação

11 de maio de 2021

A Bolsa brasileira abriu em queda hoje (11), em dia marcado pela preocupação global com a inflação e realização de lucros no exterior. O Ibovespa recua e o dólar ganha ímpeto, após a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e de dados da inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo), na véspera da divulgação da inflação norte-americana.

A ata da reunião em que o Copom elevou a taxa básica de juros para 3,50% ao ano reforça a ideia trazida pelo BC (Banco Central) no próprio comunicado da decisão. O colegiado reafirmou que a expressão “normalização parcial”, que tem sido adotada para definir o ciclo atual de alta dos juros, reflete as opiniões do colegiado sobre a política monetária adequada à convergência da inflação para a meta.

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A divulgação da ata reafirmou a intenção do BC de fazer um novo aperto da mesma magnitude em junho, “caso não haja mudança nos condicionantes de inflação”. “O Copom reafirmou que essa visão para as próximas reuniões pode ser alterada caso haja mudança nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, uma vez que a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação.”

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a ata corroborou com a avaliação de que a Selic deverá ser conduzida até 5,0%, “patamar que deverá ser sustentado até o último trimestre de 2022, quando passará a 6,0%”.

Na sequência, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o IPCA de abril, pouco acima do esperado. A inflação ficou em 6,76% no registro anual, acima do centro da meta do governo de 5,25%, e em 0,31% no mensal, ante consenso de 0,29% do mercado.
Já o IPC da Fipe trouxe desaceleração de 0,44% para 0,35% entre a última quadrissemana de abril e a primeira de maio.

Perto das 10h10, horário de Brasília, o Ibovespa caía 0,88%, a 120.832 pontos. O dólar ganha força, apesar do recuo da divisa norte-americana no exterior, e avança 0,77%, a R$ 5,2675.

O mercado ainda monitora as conversas entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, quanto à tramitação da Reforma Tributária. A CPI da Covid-19 no Senado também segue sob o radar dos investidores.

Nos Estados Unidos, o dia é de rotação de carteiras, com a realização de papéis de tecnologia e a alta dos que se beneficiam das reaberturas. Os investidores já se posicionam para os dados de inflação norte-americana que serão divulgados amanhã (12), com o temor de aperto monetário pelo Federal Reserve. Os futuros dos índices norte-americanos apontam para abertura no vermelho, com a liquidação das ações do setor de tecnologia.

Os mercados asiáticos sofreram pressão do movimento de vendas das empresas de tecnologia norte-americanas. No Japão, o índice Nikkei caiu 3,08%; o Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 2,03%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em queda de 0,69%. As ações da China, no entanto, fecharam com o índice Shanghai subindo a 0,4%, no dia em que os futuros do aço no país fecharam em máxima recorde, com alta de 6,7%.

O Índice de Preços ao Produtor da China, divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas, subiu no ritmo mais forte em três anos e meio em abril, 6,8% sobre o ano anterior, ante 4,4% em março. O resultado foi provocado pelo ímpeto da economia do país após crescimento forte no primeiro trimestre, mas economistas minimizaram os riscos para a inflação.

Além disso, o país asiático divulgou os dados do Censo, que apresentou crescimento populacional de 5,38% desde 2010, a menor alta em décadas. Com isso, as projeções indicam que a população chinesa será ultrapassada pela da Índia em 2027, quando atingir seu pico da curva de crescimento.

As Bolsas europeias também acompanham o desempenho das ações de tecnologia dos Estados Unidos e têm dia de baixas significativas. O Stoxx 600 cai a 2,14%. Na Alemanha, o DAX tem desempenho negativo de 2,39%; enquanto o CAC 40 desvaloriza 2,08% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em queda de 1,87%; e o FTSE 100 cai a 2,24% no Reino Unido. (Com Reuters)

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