O Ibovespa encerrou o primeiro pregão do mês de maio em alta, ganhando 0,27% aos 119.209 pontos após trabalhar boa parte do dia próximo da estabilidade, oscilando entre ganhos com as ações dos bancos (beneficiados pela expectativa de alta na taxa de juros) e quedas nos papéis da Petrobras e Vale na sessão.
Além da decisão sobre os juros na quarta-feira (5) pelo Copom (Comitê de Política Monetária), os investidores se posicionam também frente à bateria de balanços corporativos da semana, que tem entre os destaques Itaú Unibanco, Bradesco, Braskem, Taesa, Ambev e Azul.
O bom humor no mercado doméstico foi amparado ainda pela expectativa de avanços na agenda de reformas e privatizações. A disputa pela maior parte dos ativos da companhia fluminense de saneamento Cedae, colocados em leilão na sexta-feira e arrematados por mais de R$ 22,7 bilhões, colaborou para o otimismo na frente fiscal.
“No Brasil, a despeito de todos os desafios, ainda há uma agenda positiva em andamento”, disse em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o resultado do leilão é um sinal de confiança no país.
Ainda em Brasília, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) informou que a relatório da reforma tributária será lido amanhã em reunião da comissão mista do Congresso que discute o tema. O Congresso assumiu o compromisso e votar as reformas administrativa e tributária neste ano, assim como outras medidas que ajudem a economia a se recuperar dos impactos da pandemia de Covid-19.
O dólar começou o mês de maio em queda ante o real, recuando 0,22% e negociado a R$ 5,41 na venda, com o ambiente externo benigno estimulando investidores a devolver uma fração da forte alta registrada na última sexta-feira.
Na análise de Rafael Fernandes, sócio da RIVA Investimentos, o dólar deve seguir em tendência de correção contra o real. “Vejo espaço para o dólar cair mais”, afirma o especialista, destacando entre os motivos um ambiente melhor para discussão de reformas em meio à aceleração da vacinação.
Fernandes disse que, por ora, tem evitado recomendação de ativos dolarizados justamente pela perspectiva de mais alívio na taxa de câmbio, com chances de a moeda se estabilizar em torno de R$ 5,20 e R$ 5,30.
Nos indicadores, o Ministério da Economia afirmou na tarde de hoje que balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 10,349 bilhões em abril, maior saldo para todos os meses da série do governo, impulsionada principalmente por uma concentração de exportações de soja, que atingiu volume recorde, e pela alta dos preços de commodities como minério de ferro e petróleo.
No mês, as exportações totais do país somaram US$ 26,481 bilhões, um salto de 50,5% sobre abril do ano passado na comparação pela média diária, e superando o recorde anterior, de agosto de 2011 (US$ 26,076 bilhões).
Em Nova York, os índices de ações terminaram o dia em campo misto, com os papéis de tecnologia em queda e ações ligadas à reabertura da economia liderando os ganhos na sessão. O S&P 500 avançou 0,27% aos 4.192 pontos, enquanto o Nasdaq terminou o dia em queda de 0,48% aos 13.895 pontos.
Os investidores norte-americanos seguem acompanhando as negociações entre a Casa Branca e o Congresso para aprovação do pacote de US$ 4 trilhões de apoio às famílias e de infraestrutura do presidente Joe Biden.
As medidas, no entanto, são acompanhadas de maiores alíquotas em impostos para empresas e para os mais ricos nos Estados Unidos, e devem enfrentar resistência entre parlamentares republicanos, democratas e independentes. A Casa Branca estuda fatiar o plano para facilitar a aprovação das propostas. (Com Reuters)
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