“O que vimos nas primeiras semanas do ano foram companhias que já estavam prontas para lançar suas ofertas. O investidor estrangeiro também estava na Bolsa, entrando nos deals. A partir da segunda metade de fevereiro, o investidor estrangeiro começou a sair do mercado local por essa percepção de risco”, explica Fabiana Sakai, sócia do Milbank.
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“Os investidores estão disponíveis, mas agora há uma visão de maior risco que se reflete em preço”, comenta Santos.
Em abril, nove empresas cancelaram ou suspenderam suas ofertas de ações, enquanto seis empresas estreavam na Bolsa brasileira, algumas após conceder desconto em suas ações, como no caso da Mater Dei, que aceitou um desconto de 20% sobre o piso da faixa e o Grupo GPS, que reduziu a faixa de preço por ação.
“O mercado começa a ficar mais restritivo e, sinceramente, que bom, porque isso significa que alguém está, de fato, colocando regras e parâmetros, e exigindo níveis de qualidade que são muito mais benéficos sendo colocados agora do que depois”, comenta Santos.
“Na pandemia, a gente teve uma confluência de fatores, que fez com que o mercado se desenvolvesse. Agora, as companhias enxergam o mercado de capitais como uma via de financiamento das operações. Essa visão vai continuar e elas devem seguir usando isso nas suas estratégias”, avalia Fabiana.
Santos recorda ainda que, em 2007, o boom de IPOs foi altamente concentrado em dois ou três setores. “A gente ainda tem concentrações e ainda temos muitos segmentos da economia pouco representados na Bolsa, mas já começamos a ver muito mais qualidade e eu espero realmente que seja um movimento mais sustentado”, adverte o executivo, complementando que, entre os setores que podem se beneficiar de um mercado mais seletivo e maduro nos próximos meses estão o varejo, saúde, serviços financeiros e o agronegócio.
Entre as estreias previstas para maio na Bolsa brasileira estão GetNinjas, Athena Saúde e Dotz.
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